Ao traçar paralelo entre a proposta de Reforma Trabalhista (PL 6787/16) e o projeto que trata da Terceirização (PL 4302/98), em debate na Câmara, deputados do PT que compõem a comissão especial que analisa a Reforma Trabalhista, afirmaram, nesta quarta-feira (22), que as iniciativas do governo ilegítimo de Michel Temer representam o pagamento da fatura do golpe que destituiu do poder a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita.
“Esse governo está entregando direitinho o produto para quem fez de Temer o presidente ilegítimo deste país”, denunciou Benedita da Silva (PT-RJ). Alertou a deputada o risco nefasto do projeto de terceirização que, na sua avaliação, é uma catástrofe para a classe trabalhadora. Para ela, o projeto tem na origem a marca do neoliberalismo de Fernando Henrique Cardoso e é o “coração” da Reforma Trabalhista.
“Votando a terceirização, não tem mais justificativa para dar continuidade à apreciação da Reforma Trabalhista. A terceirização, por si, já comete toda a maldade no direito dos trabalhadores”, afirmou Benedita da Silva. Para o deputado Paulão (PT-AL), o governo Temer, mais uma vez, age “maquiavelicamente” contra os trabalhadores do país. Ele também é da opinião que o pacote de maldade do ilegítimo privilegia o setor que deu sustentação ao golpe parlamentar de 2016.
“Esta é a fatura do golpe contra a presidenta Dilma. Ressuscitaram a terceirização da época de FHC que o Lula, quando assumiu, arquivou”, destacou Paulão. Ele também avaliou a gravidade da proposta que, também, isenta as multas dos que adotam a prática de trabalho análogo à escravidão. “É a precarização do capital do trabalho no Brasil. Isso é muito grave para a democracia”, frisou. Projeto criminoso. Assim classificou o deputado Wadih Damous (PT-RJ) o PL 4302 desarquivado e colocado para apreciação sem nenhum debate com setores representativos da sociedade. “Aqui se está praticando um crime contra a classe trabalhadora”, sentenciou.
“Esta proposta praticamente acaba com o papel dos sindicatos, acaba com o emprego que hoje conhecemos. A terceirização é uma fraude que vai ser legalizada pelo plenário da Câmara”, denunciou Wadih. Segundo o deputado, o empregador não terá mais responsabilidade objetiva sobre o contrato de trabalho. “Esse crime vai ser cometido no plenário da Câmara”, reafirmou Wadih Damous.
Benildes Rodrigues
Foto: GustavoBezerra/PTnaCÂMARA