Programas sociais ajudaram a frear aumento da pobreza no Brasil, diz Pnud

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A ampliação dos gastos públicos e os programas sociais ajudaram o Brasil a impedir o retorno das camadas mais vulneráveis da população à pobreza após a crise econômica global de 2008. A avaliação está no “Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014”, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

De acordo com o documento, a política anticíclica (aumento de gastos públicos em momentos de baixo crescimento econômico), os programas de transferência de renda e a política de valorização do salário mínimo fizeram o consumo dos 40% mais pobres da população continuar a crescer em ritmo maior que a média da população.

O representante residente do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, considera acertada a política adotada pelo Brasil de aumentar a resistência da população que ascendeu socialmente nos últimos anos a choques econômicos. “A crise financeira internacional criou sérios problemas para o Brasil, ameaçando a geração de empregos e o progresso social”, explicou.

Para Chediek, a estratégia de aumentar gastos públicos para conter crises econômicas deveria ter sido seguida pelos países avançados “Recomendamos a adoção de políticas anticíclicas em momentos de instabilidade econômica. A receita não foi seguida nos países desenvolvidos, que cortaram gastos e agravaram o desemprego e a vulnerabilidade da população”, comparou.

O deputado Sibá Machado (PT-AC) avaliou que, apesar de o mundo atravessar um momento de crise econômica, de dificuldade de realização industrial e de retração no consumo, o Brasil conseguiu superar dificuldades e apontar caminhos para a redução das desigualdades socais e econômicas, o que indica, a partir dessa análise, que o País está no caminho certo.

“O Brasil viveu até 2002 uma das maiores distorções entre as chamadas classes sociais, um verdadeiro fosso entre a parte mais rica e a mais pobre da população. E essa desigualdade era tão acentuada que, mesmo após 12 anos de mudanças e com todos os esforços envidados para melhorar a qualidade de vida da população, ainda é preciso caminhar mais para dar vantagem ao Brasil no que se refere ao índice de desenvolvimento humano. Porém, o mundo inteiro já reconhece que as políticas sociais e de transferência de renda colocam o Brasil no rumo certo da superação das desigualdades”, afirmou Sibá Machado.

Segundo Andréa Bolzon, coordenadora do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, a ajuda às populações mais pobres não se resumiu aos programas sociais. A ampliação do crédito e a valorização do salário mínimo ajudaram a manter a formalização do mercado de trabalho por meio do estímulo ao consumo interno. “No mundo inteiro, existe a tendência de queda do emprego e aumento da informalidade. O Brasil é um dos poucos países a registrar aumento do emprego e diminuição do trabalho informal entre 2007 e 2010”, apontou Andréa.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)também observou o mérito brasileiro de saber enfrentar a crise internacional e garantir avanços. “O Brasil demonstra estar seguindo na direção correta das políticas públicas, na medida em que busca aumentar seu índice de empregabilidade, que consegue ter uma política para as mulheres, que passa a investir mais na educação, que dá incentivos aos pequenos e médios empreendedores… É uma política para a prosperidade, mas não simplesmente para os que já têm. É uma prosperidade que permite uma reorganização da pirâmide social brasileira, mostrando que a sua base não é mais miserável”, apontou a deputada. 

Para a coordenadora Andréa Bolzon, as medidas adotadas pelo Brasil ajudaram o País a manter o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em alta contínua, mesmo após o agravamento da crise econômica global. “Ano a ano, a nota do Brasil aumenta. Muito disso tem a ver com as políticas de redução das vulnerabilidades”, declarou. Em 2013, o Brasil ficou na 79º posição no ranking internacional de desenvolvimento humano, com índice de 0,744.

O deputado Newton Lima (PT-SP)destacou que um dos pontos fundamentais para continuar diminuindo essas vulnerabilidades é justamente fazer o que o Brasil vem fazendo e pretende fazer com mais ênfase nos próximos anos: investir em educação. “Isso permite assegurar que, nas próximas avaliações do Pnud, certamente teremos resultados muitos melhores. Porque nunca se investiu tanto em educação, já que saímos de 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto) no começo da década passada e chegamos hoje muito próximo da média das nações que aplicam de 6,5% a 7%”, afirmou o deputado, destacando ainda o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado mês passado pela presidenta Dilma Rousseff, que prevê em dez anos o patamar de 10% do PIB de investimento na área.

Ranking – O Brasil subiu no ranking mundial de desenvolvimento humano em 2013. Segundo dados divulgados pelo Pnud, o País ficou em 79º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no ano passado, uma posição acima da registrada em 2012.

Com IDH 0,744, segundo metodologia das Nações Unidas, o Brasil é considerado um país de alto desenvolvimento humano por ter registrado nota acima de 0,7. O IDH varia de 0 a 1, grau máximo de desenvolvimento. Em 2013, o indicador abrangeu 187 países.

Entre o Brics, grupo que reúne as cinco principais economias emergentes do mundo, o Brasil registrou o segundo melhor IDH, atrás da Rússia (57º lugar, nota 0,778). Com nota 0,719, a China ficou na 91ª posição. A África do Sul ficou em 118º no ranking (nota 0,658); e a Índia, em 135º (nota 0,586).

Criado em 1980, o IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: expectativa de vida, educação e renda. Em 2013, o Brasil registrou 73,9 anos de expectativa de vida, 7,2 anos de média de estudo, 15,2 anos de expectativa de estudo para as crianças que atualmente entram na escola e renda nacional bruta per capita de US$ 14.275 ajustada pelo poder de compra.

PT na Câmara com Portal Brasil e Agência Brasil

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