O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), criticou hoje (10) o anúncio do governo Bolsonaro de acabar com o programa Bolsa Família e substituí-lo por um novo chamado Auxílio Brasil, sem valor exato, nem fontes de recursos e com redução do número de beneficiários.
“O governo anuncia uma proposta que não tem valor exato, nem fontes de recursos. O único que se sabe é que quer dar calote no pagamento dos precatórios, para dar uma pedalada e fazer chantagem- é mais uma fake news ”, denunciou o líder do PT.
“O presidente da República faz o inverso do que deveria fazer, reduzindo o número de pessoas que recebem o benefício, num momento em que aumentam a miséria e o desemprego, reaparece a fome e sobem assustadoramente os preços dos alimentos e dos combustíveis”, disse Bohn Gass.
Presidente mentiroso
O líder observou que de janeiro de 2019 a janeiro de 2020, Bolsonaro retirou o benefício de mais de 1 milhão de famílias e ainda fechou as portas para aqueles que precisavam retornar ao programa. “Bolsonaro nunca se preocupou em debelar a pobreza e sempre atacou o programa Bolsa Família, que um dia qualificou como “bolsa esmola”, afirmou.
Para o líder do PT, o valor do Bolsa Família deveria ser R$ 600,00, cifra aprovada pelo Congresso Nacional como auxílio emergencial para enfrentar a pandemia de Covid-19. A medida provisória enviada nesta segunda-feira (9) pelo governo ao Congresso para criar o chamado Auxílio Brasil não especifica o valor do programa nem o impacto fiscal.
Para Bohn Gass, o chamado Auxilio Brasil é mais uma fake news de Bolsonaro, com chamativo eleitoral num momento em que sua popularidade despenca a cada dia, diante do fracasso da administração neoliberal do atual governo.
Bohn Gass observou que o chamado Auxílio Brasil é destituído de qualquer lastro na realidade, já que não informa quantas pessoas serão beneficiadas, quanto cada família vai receber e de onde vai sair o dinheiro. “Anuncia o fim de um programa vitorioso, que é o Bolsa Família, que virou referencia mundial, para substituí-lo por outro que não tem recursos garantidos”, afirmou Bohn Gass.
O líder do PT lembrou que é grave também a sinalização do governo de suspender pagamentos de precatórios para turbinar uma proposta que tem cunho claramente eleitoral.
Pobreza no Brasil
Com a chegada da pandemia de Covid-19, no começo de 2020, o capitão-presidente resistiu em conceder o auxílio emergencial, e , quando aceitou, sugeriu R$ 200,00, mas o Congresso aprovou a quantia de R$ 600,00, para um universo de 68,2 milhões de brasileiros.
Bohn Gass observou que o valor foi reduzido depois para a faixa de R$ 300,00, ficou três meses sem nada no começo deste ano e agora está na média de R$ 250,00. O universo de beneficiários caiu para cerca de 40 milhões de pessoas em 2021. O montante autorizado pelo Congresso para o auxílio emergencial em 2021 é de R$ 44 bilhões, ante os R$ 295 bilhões do ano passado.
Auxílio emergencial
Com o valor menor do auxílio emergencial este ano, o Brasil deve somar 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza, segundo estudo publicado em abril pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP).
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), resumiu bem a jogada de Bolsonaro: “Pelo que se sabe, a medida do programa não tem valores, número de famílias a serem beneficiadas nem de onde sairão recursos. Não tem o essencial! Não tem como dar certo!”.
Estratégia eleitoreira
Segundo cálculo feito pela Folha de S. Paulo, depois de maltratar os brasileiros por três anos, o atual presidente planeja gastar R$ 67 bilhões com medidas para aumentar sua popularidade no ano que vem.
Bolsonaro aposta que conseguirá parcelar as dívidas do governo para conceder o Auxílio Brasil em 2022 e, assim, aumentar sua popularidade para disputar a reeleição. Se ele vencer, seu objetivo terá sido alcançado e ele poderá acabar ou reduzir o benefício, como tem feito ao longo de todo o seu governo. É preciso denunciar o que o pior presidente da história do Brasil está tramando.
Redação PT na Câmara com informações do PT Nacional e BBC Brasil