O deputado Pepe Vargas, presidente do diretório estadual do PT do Rio Grande do Sul, definiu como “escandaloso” o editorial publicado nesta terça-feira (16) no jornal O Globo. No texto, o jornal da família Marinho diz que o Partido dos Trabalhadores será o responsável pela segurança ou quaisquer atos de violência que venham a ocorrer no dia 24 de janeiro em Porto Alegre, durante o julgamento em segunda instância do ex-presidente Lula no processo envolvendo o triplex da OAS.
“A afirmação do jornal é escandalosa. Iremos, sim, a Porto Alegre, fazer uma manifestação pacífica, como prevê a democracia. Imputar-nos a responsabilidade pela segurança no local não faz sentido algum”, resumiu o parlamentar. Vargas aproveitou para esclarecer que a Bancada do PT na Assembleia Legislativa solicitou, na semana passada, uma audiência com o governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB), o chefe em última instância da Brigada Militar, a força policial gaúcha. Na pauta: montagem de estratégias para garantir a segurança e a tranquilidade nas manifestações que irão ocorrer no dia 24 em Porto Alegre.
“Mas ele não quis receber a bancada. Disse que ia repassar ao secretário de Segurança esta incumbência, mas nem este nos recebeu até agora”, informa Pepe Vargas. O deputado diz estar preocupado com a possível infiltração de pessoas alheias ao movimento, que podem servir como agentes de provocação e legitimadores de uma reação generalizada da polícia.
“Isso já aconteceu algumas vezes. Agentes infiltrados provocam uma situação, e a polícia reage generalizadamente, seja por inépcia ou por leniência, atacando manifestantes pacíficos. Estamos preocupados com isso, queremos atenção da Brigada Militar”, alerta o deputado.
Pressão legítima – Outra parte do editorial do diário dos Marinho chamou a atenção do deputado Vargas. No texto, os donos do jornal afirmam: “A convocação que o partido e organizações ditas sociais fazem para militantes estarem em Porto Alegre no dia 24 é pressão política, indevida, sobre os desembargadores do TRF-4”.
Para o parlamentar petista, o que o jornal quer não está de acordo com as regras da democracia. “Qualquer um dos poderes estabelecidos em uma república democrática, Legislativo, Executivo ou Judiciário, pode e deve saber conviver com pressões da sociedade constituída. É sadio que seja assim. As pessoas precisam ter o direito de se manifestar e mostrar aos poderes seu posicionamento em relação a assuntos de interesse coletivo”, explica Vargas.
“Por isso, iremos, sim, a Porto Alegre, e estamos denunciando, sim, toda a parcialidade que marca a condução deste processo contra o Lula”, afirma Vargas. “A atuação do juiz Sérgio Moro, que o condenou sem ter prova nenhuma, e também da mídia brasileira, da qual a Rede Globo é o maior representante, tentam empurrar para a opinião pública uma versão dos fatos descolada da realidade, sempre tentando criminalizar o PT e o Lula. Este editorial é mais uma prova disso”, concluiu o parlamentar.
Agência PT de Notícias