O vice-líder da Minoria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) demonstrou estranheza, nesta quarta-feira (28), com a contradição contida nos principais argumentos apresentados pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente sobre a estatal e sua potencialidade na exploração de suas jazidas. Segundo Zarattini, ao mesmo tempo em que Parente reconhece a capacidade de produção das jazidas do pré-sal, também defende o fim da exclusividade da Petrobras na exploração de seus campos petrolíferos. Para Zarattini, esse é o maior indício de que o governo golpista de Michel Temer quer entregar de mão beijada o patrimônio nacional.
“A gente teve a confirmação por, nada menos que o presidente da Petrobras, Pedro Parente de que as reservas do pré-sal são extremamente produtivas. Vejam vocês, eles previam que cada poço produziria 15 mil barris de petróleo/dia. No entanto, a maioria dos poços está produzindo 25 mil e tem poços que produzem até 40 mil barris/dia”, disse Zarattini, se referindo a uma recente declaração de Pedro Parente que assumiu publicamente que a camada do pré-sal alcançou um novo recorde, ao superar o patamar de 1 milhão de barris por dia. Essa marca foi superada no último mês de maio.
Outra informação que sustenta a contradição de Pedro Parente apresentada pelo deputado Zarattini é revelada no próprio Plano de Negócio 2017-2021, divulgado pela empresa no último dia 20. Um dos pontos em destaque é que a estatal espera elevar a sua produção total de 2,62 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2017 para 3,41 milhões de boed em 2021, sendo 2,77 milhões de barris de óleo e gás por dia no Brasil.
Carlos Zarattini, a partir dessas projeções, esclareceu que nos lugares onde eram necessários oito poços para alimentar uma plataforma de petróleo, agora, com apenas seis poços essa plataforma estará alimentada, o que, na avaliação dele, representa redução no custo e contribui para o aumento da produção. Essa análise do deputado vai ao encontro do que diz a Petrobras. A estatal apontou que o custo médio da extração tem caído nos últimos tempos. Ela ainda avaliou, que, apesar da queda generalizada na cotação internacional do barril de petróleo, a produtividade e o baixo custo na produção tornam as jazidas da camada do pré-sal altamente rentáveis.
“Portanto, é uma riqueza imensa. A produtividade do pré-sal é fabulosa. Então, nós não podemos aceitar que esse projeto do José Serra seja aprovado. É um projeto nefasto para o Brasil porque entrega o controle da operação, da exploração do pré-sal para as multinacionais petrolíferas, retirando a exclusividade da Petrobras”, afirmou Zarattini, se contrapondo ao projeto de lei (PL 4567/16) que retira da Petrobras o papel de operadora única do pré-sal, abrindo a exploração para empresas estrangeiras.
Já o presidente da Petrobras voltou a defender a revisão do marco regulatório do petróleo brasileiro, após encontro com o governo Temer, na terça-feira, onde apresentou o planejamento estratégico da empresa para o período entre 2017 e 2021. Pedro Parente já dá como certa a aprovação do projeto entreguista de Serra. “É uma questão de meses para que possamos ter mudanças no quadro regulatório”, afirmou o golpista.
Se depender do deputado Carlos Zarattini, um defensor intransigente da soberania nacional, a intenção do golpista não terá sucesso. “Nós vamos trabalhar pela rejeição desse projeto”, assegurou o petista.
Benildes Rodrigues