O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) disse nesta sexta-feira (4) que o recente discurso ambientalista do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), “é falso e oportunista”. A observação ocorreu por conta da nota oficial divulgada na quinta-feira (3) pelo tucano, na qual lamenta a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não conceder o registro da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. Aécio também afirma que irá apresentar um projeto alternativo ao País, com a preocupação de assegurar ao Brasil um desenvolvimento sustentável.
“Em Minas Gerais, os governos tucanos nunca priorizaram a preservação ambiental. Muito pelo contrário, sempre patrocinaram projetos que destruíram o meio ambiente no Estado”, afirmou Monteiro. Entre esses empreendimentos, o parlamentar cita o incentivo indiscriminado à atividade mineradora que, “em muitas localidades tem contaminado o solo, o ar, e os lençóis freáticos”. Como exemplo de municípios afetados ele cita Itabira, Sabará, Catas Altas, Congonhas e Conceição do Mato Dentro.
Ainda de acordo com Monteiro, a inoperância dos governos tucanos também se dá em relação à preservação da Mata Atlântica. Neste ano, e pela quarta vez consecutiva, Minas foi o estado campeão do desmatamento do bioma, segundo estudos da Ong SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos anos de 2011 e 2012, por exemplo, o estado foi responsável por metade de toda a destruição da Mata Atlântica no País.
Segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado pelas entidades, nos últimos 10 anos de governo tucano houve um aumento de 70% na devastação comparado ao período anterior. O prejuízo para o bioma foi estimado em 10.572 hectares de vegetação nativa.
O parlamentar citou ainda a destruição que ocorre na região norte do estado, em razão da exploração carvoeira. “Em muitas localidades as árvores estão se transformando em carvão por conta da desorganização e da falta de investimento do governo mineiro em fiscalização”, atestou Leonardo Monteiro.
Incentivo– Quando ainda era governador do estado, em 2008, Aécio Neves sancionou a Lei 17.353. A ação foi muito criticada por entidades ambientais porque possibilita a derrubada de até 70% da Mata Seca, tipo de vegetação encontrada na região Norte do estado. Porém, a atitude do então governador foi comemorada por madeireiros e produtores rurais da região, interessados na comercialização de árvores de alto valor econômico como umbu, ipê e barriguda.
Héber Carvalho