Em março deste ano, a produção no Pré-sal chegou a 672 mil barris por dia (equivalente a 28% da produção nacional), bem acima dos 395 mil de 2014 e dos 42 mil de 2010. A produtividade também é maior do que se previa. Calculou-se inicialmente que os poços renderiam de 15 a 20 mil barris diários. Atualmente, a média está em 25 mil, chegando 40 mil em poços dos campos de Sapinhoá e Lula (na bacia de Santos).
Os custos de produção eram outra fonte de dúvida, por conta do desafio tecnológico. No começo, estimou-se que o Pré-sal seria viável a US$ 45 por barril. Nesta semana, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, informou que os números de viabilidade econômica caminham para valores bem menores, em torno de US$ 9, graças à escala de produção maior e aos investimentos em tecnologia.
“Nós podemos garantir que o pré-sal é viável com um custo de produção de nove dólares por barril. Se considerarmos que duas unidades de produção ainda não estão produzindo com sua capacidade total, o custo de produção será menor ainda. A eficiência operacional em torno de 92% contribuiu significativamente para atingirmos estes baixos custos”, afirmou.
Segundo ela, o Pré-sal se desenvolveu com mais velocidade na bacia de Campos, no litoral norte do Rio de Janeiro, devido à infraestrutura já existente. A primeira produção comercial ocorreu em 2008. Já na bacia de Santos, os desafios foram bem maiores, uma vez que não havia infraestrutura instalada, os reservatórios estão a 2.500 metros de profundidades no mar, além de uma camada de sal de 2 mil metros de espessura. No final das contas, o petróleo encontra-se até 7 mil metros abaixo da superfície do mar.
Com resultados expressivos, uma das vantagens do Pré-sal é o modelo de exploração. Foi escolhido o sistema de “partilha” que garante à Petrobras uma participação de, pelo menos, 30% nos consórcios. Se o Pré-sal fosse pelo formato de “concessão”, a empresa operadora seria detentora integral do que se produz. A lei brasileira garante ainda que 75% dos royaltes do Pré-sal devem ser aplicados na área de Educação e 25% em Saúde
“O modelo de partilha é o mais compensador para o País, pelo fato de o Pré-sal ser uma reserva testada e segura”, diz o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Para ele, a escolha do governo foi muita acertada e tem uma dimensão estratégica para além da área de petróleo. “É muito importante o uso dos 75% dos royaltes para Educação e os 25% para Saúde”, acrescentou.
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