O dinheiro que o pré-sal vai começar a garantir aos cofres da União no próximo ano (2016) poderá alcançar de R$ 15 bilhões até R$ 125 bilhões anuais dentro de pouco mais de 10 anos (2026), nos cenários de 300 mil ou 700 mil barris diários de produção, estimados pela diretoria da Pré-sal Petróleo S/A.
Esse pico de produção da camada pré-sal, localizada entre a costa do Espírito Santo e Santa Catarina, deve perdurar por cinco anos, até 2030. Os valores acima são apenas uma simulação, mas utilizam parâmetros que encontram plausibilidade no comportamento incerto do mercado.
Em junho de 2014, por exemplo, o valor do barril situava-se na faixa de US$ 120; hoje custa quase um terço disso. Há previsões de que o valor pode se recompor em alguns anos aos níveis de 2014.
O cálculo da reportagem da Agência PT de Notícias teve como parâmetro para o faturamento menor (R$ 15,33 bilhões) o valor de 300 mil barris a US$ 40 (padrão atual) e conversão da moeda pelo valor de R$ 3,50 (comportamento cambial dos últimos dias).
O faturamento maior (R$ 125,2 bilhões por ano) se baseia no melhor cenário (700 mil barris/dia) previsto pelo diretor de Gestão de Contratos da PPSA, Renato Darros, em entrevista ao jornal “Estado de São Paulo”, publicada neste domingo (23), e pelo barril a US$ 120. Com o barril a US$ 40, o valor do faturamento cai a um terço (R$ 35,7 bilhões).
“É muito dinheiro, a depender do preço do petróleo. O grosso vem com Libra e com os excedentes da cessão onerosa (reserva concedida à Petrobras pela União, em regime de partilha)”, constatou a reportagem ao reproduzir fala do diretor.
De acordo com a reportagem, a PPSA inicia a venda da parcela de petróleo que cabe ao governo em 2016. Pelo regime de partilha, 30% de participação da estatal nos blocos do pré-sal pertencem à União.
Ou seja, somada aos outros 70% que ficam fora do regime de partilha, a produção total do pré-sal deverá ser de aproximadamente 1 milhão a 2,2 milhões de barris/dia. O Brasil produz hoje um total de quase 2,8 milhões b/d. Toda estrutura operacional para gestão desse patrimônio está sendo montada pela PPSA, inclusive departamento de comercialização.
“Gerir os contratos de partilha, acompanhando os gastos nos projetos, e definir o que deve ser feito sempre que as reservas ultrapassarem os limites geográficos previstos em contrato”, são hoje, segundo a reportagem, as principais tarefas da subsidiária criada para gerenciar o regime de partilha. Se o petróleo não é da bacia, pode ser leiloado ou concedido ao próprio consórcio que opera a área.
O recorde de produção do pré-sal foi registrado pela Petrobras no dia 8 de julho: 865 mil barris por dia (bpd), excluida a extração de gás natural. No mês de julho, a produção mensal foi de 798 mil bpd, 6,9% acima do recorde histórico obtido no mês de junho, informou a estatal em nota veiculada em seu portal eletrônico semana passada.
A avaliação do jornal é que o ano que vem “será um ensaio para o boom projetado para acontecer de fato a partir de 2026 e durar até 2030, quando o campo de Libra, na Bacia de Santos, alcançar o pico de produção.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias