A descoberta de um reservatório com mais de 10 bilhões de barris de óleo na camada de pré-sal torna o Brasil um País com riquezas energéticas que precisam ser bem protegidas para a utilização adequada por futuras gerações. A floresta Amazônica, os nossos imensos reservatórios de água e de minérios formam outro patrimônio estratégico da Nação. Juntas, essas reservas de energia e de matéria-prima possibilitam a chegada do nosso País a uma importante posição na geopolítica mundial.
Para utilizarmos essas riquezas como um passaporte do desenvolvimento, como ressaltou o presidente Lula, precisamos guarnecer nosso patrimônio com uma Força Armada compatível e integrada ao desenvolvimento nacional. O Brasil não é e não pretende ser um País expansionista. Mas a descoberta do pré-sal e nossas riquezas nos obrigam, hoje, a viabilizar uma força militar de dissuasão, para nos proteger em caso de necessidade. Mesmo antes de ser explorado, o pré-sal já colocou o Brasil entre os mais importantes países do Mundo em uma nova configuração geopolítica. E isto só pode ser garantido com a nossa capacidade de defesa.
É nesse contexto mundial que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica devem compor um parque industrial nacional de defesa, integrado à produção de equipamentos civis. A indústria de defesa deve possibilitar ao País desenvolver as áreas aeroespacial, cibernética e de energia nuclear, por exemplo. O acordo a ser assinado entre o Brasil e a França nos próximos dias se encaixa perfeitamente nessa estratégia brasileira. Não como um país da área de influência francesa. Mas como um parceiro do país europeu, que pode oferecer economia de escala, matéria-prima, muita energia e um povo empreendedor.
O acordo Brasil-França prevê a imprescindível transferência de tecnologia de defesa, com a compra de submarinos convencionais e a construção, em estaleiro brasileiro, de um outro com propulsão nuclear, ideal para proteger as plataformas de petróleo no mar. O mesmo acontecerá com a compra de caças e helicópteros franceses. Os equipamentos chegarão aqui junto o pacote tecnológico e essa transferência é fundamental para o desenvolvimento da indústria brasileira em geral, e não somente a de defesa. Proteger nossas riquezas e desenvolver nossa indústria com conhecimento e educação do povo. Essa é nossa estratégia.
Deputado Cândido Vaccarezza (SP), é líder do PT na Câmara dos Deputados
