O vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), criticou hoje (28) a “frouxidão” do governador tucano do Paraná, Beto Richa, na área de segurança pública. “Todo ano, uma pequena cidade é eliminada pela violência”, disse o parlamentar, em alusão ao assassinato de 1.251 pessoas no entorno da Grande Curitiba, de janeiro a 30 de dezembro do ano passado.
O parlamentar afirmou, em artigo, que o governo do PSDB no Paraná não tem o comando em uma arena de luta onde o Primeiro Comando da Capital (PCC) dá as cartas, “enquanto representante do governo estadual, numa estratégia midiática, tenta vender ilusão no Maranhão, sem olhar para o próprio quintal de casa”. Leia o artigo:
‘’Cadê o governador Beto Richa que não assume responsabilidades?
“Estou com medo. Temo pela minha vida, pela vida da minha família e de meus colegas de trabalho…”. O depoimento, com forte dose de emoção e pavor, de um policial da delegacia do município de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, nos coloca em um terreno pantanoso, sem um norte a seguir. O policial nos conta que existem, em sua delegacia, 70 presos na cela, 5 alojados na pequena cozinha e um estuprador algemado na grade da entrada do prédio. Como conviver com uma situação dessas, reclama o agente público? E perguntamos: onde está nosso governador, que não toma uma atitude para resolver este grave problema que está levando a população paranaense a um estado de pânico?
Colombo, do qual fala o cidadão, ocupa o terceiro lugar no ranking de cidades mais violentas da grande Curitiba e, no acumulado do ano passado, foi o recordista de violência. Para se ter uma ideia do drama, em novembro, entre os municípios da região metropolitana (excluindo-se Curitiba) o município registrou 16 mortes violentas, quebrou o seu próprio recorde, que até então tinha sido de 13 mortes, tanto em janeiro, quanto em setembro.
Até 30 de dezembro de 2013, as estatísticas oficiais apontaram 1.148 homens mortos e 103 mulheres no entorno da capital. No acumulado do ano, Curitiba somou 548 mortes violentas (44,2%). Os outros municípios da região metropolitana acumulam 676 mortes (55,8%).
Infelizmente o ano começa sangrento. Neste final de semana foram registradas 34 mortes violentas em Curitiba e entorno. Boletim do Instituto Médico Legal (IML), nos mostra que das 18 horas de sexta-feira (24) até as 6 horas de ondem (27), ocorreram 10 homicídios, sete vítimas do trânsito, dez casos a esclarecer, uma queda, cinco afogamentos e um registro de enforcamento. Na semana passada, o IML registrou 32 mortes violentas, enquanto no fim de semana retrasado os números apontaram que 31 pessoas em Curitiba e região morreram de forma violenta.
Em Paranaguá, a onda de criminalidade corre solta. Um delegado de polícia nos informa que são registrados, em média, mais de 2000 Boletins de Ocorrências na cidade. Aonde vamos parar? Onde está o governador deste Estado que não assume nada?
Diante de nossos olhos, estamos vendo a ascensão de facções criminosas no Paraná, enquanto representante do governo estadual, numa estratégia midiática, tenta vender ilusão no Maranhão, sem olhar para o próprio quintal de casa. Acompanhamos, sim, com preocupação, o que ocorreu no Maranhão, com lamentáveis atos de selvageria que acabaram em decapitações de detentos vítimas das brigas pelo comando entre as facções criminosas dentro da penitenciária de Pedrinhas.
Acontece que o caos está presente aqui, diante de nossos olhos e à luz do dia, onde o crime organizado dita palavras de ordem dentro do complexo de Piraquara. Apesar de ter tirado das celas de delegacias um grande número de presos e os transferidos para penitenciárias, onde supostamente teriam sido criadas novas vagas, essas ações estão longe de se postarem como modelo ou exemplo.
A televisão mostrou, os jornais e rádios registraram a presença do Primeiro Comando da Capital – PCC – em Piraquara, estimulando a violência. Sim, o PCC está enraizado no Paraná, como podemos observar nos frequentes motins que vêm acontecendo nos nossos presídios.
Onde está o governador, que não assume nada? Em três anos de mandato, Beto Richa instalou o caos em nosso Estado, principalmente na área de segurança, onde há duplo – ou nenhum – comando, numa indigesta briga interna entre o Ministério Público e a Secretaria de Segurança. Volta a repetir, que essa frouxidão do governador nos remeteu a desmando no sistema, com omissão, corrupção, com participação ativa dos responsáveis institucionais aos simples carcereiros.
Com a omissão, ou falta de comando do governador que poderia trazer para si a responsabilidade diante desse caos, o que vemos são afirmações mentirosas, de mentes férteis, sempre de curto alcance. Foi por este e outros casos que vem acontecendo em nosso Estado, que durante a reunião de planejamento estratégico realizada pelo PT do Paraná, em Curitiba, que afirmei, com todas as letras, que o governador Beto Richa se faz de vítima o tempo todo. “Deveria se chamar Beto Vítima, já que se faz de vítima o tempo todo, não assume suas responsabilidades, não comanda as finanças e a segurança do Estado e, para piorar, se apropria de dinheiro de pequenos credores para cumprir aquilo que é sua obrigação, que é a folha de pagamento. O Paraná nunca passou vexame desses”.
Fonte: Assessoria Parlamentar