Povos indígenas pedem reconhecimento do Kuarup como patrimônio imaterial

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Representantes das etnias Yawalapiti, Waurá, Awiti e Kamayurá estiveram reunidos com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Ivana Bentes, nessa terça-feira (3). O objetivo das lideranças indígenas é o reconhecimento do Kuarup, tradicional ritual de homenagem aos mortos ilustres celebrado pelos povos indígenas da região do Alto Xingu, no Mato Grosso, como patrimônio cultural imaterial brasileiro.

“O Kuarup é muito importante para os povos do Alto Xingu. É realizado por 10 etnias diferentes. É um ritual tipicamente brasileiro, que precisa ser reconhecido como patrimônio”, afirmou o cacique Aritana Yawalapiti. “Outra demanda do nosso povo é o registro da língua Yawalapiti (como Referência Cultural Brasileira). Hoje, apenas cinco pessoas falam o idioma. Precisamos trabalhar para preservá-lo”, acrescentou.

A diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Célia Corsino, explicou aos representantes indígenas os procedimentos necessários para dar entrada no pedido de registro do Kuarup como patrimônio imaterial brasileiro.

O primeiro passo é a entrega de uma carta solicitando o registro, que deve ser ratificada por todos os dez povos do Alto Xingu que compartilham o ritual.

Os representantes indígenas convidaram o ministro Juca Ferreira a visitar a região do Alto Xingu para receber no local o documento inicial para o pedido de registro. “Assim passo a ter uma responsabilidade pessoal com esse registro. Vamos fazer tudo o que for possível para isso”, comprometeu-se Juca Ferreira. “Temos muito interesse em fortalecer a relação com os povos indígenas”, completou o ministro, que prometeu assistir pela primeira vez neste ano à cerimônia do Kuarup.

A ampliação do número de Pontos de Cultura indígena também foi uma das pautas apresentadas na reunião. Hoje, há apenas um Ponto na região do Alto Xingu, localizado na Aldeia Yawalapiti. “O ideal seria termos um Ponto para cada um dos povos da região”, destacou Yanaculá Rodarte, representante da etnia Kamayurá.

A secretária Ivana Bentes informou aos participantes que, neste ano, será lançado um edital específico para a seleção de 60 Pontos de Cultura indígena. Também comprometeu-se com a realização, ainda no primeiro semestre, do II Seminário Nacional das Culturas Indígenas.

Ivana Bentes destacou a importância do registro do Kuarup como patrimônio imaterial brasileiro. “Esse reconhecimento é urgente. O Kuarup está na história não só da cultura indígena, mas da cultura do Brasil. É uma manifestação de uma enorme riqueza”, ressaltou a secretária.

Ministério da Cultura

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