Por contratação de funcionária fantasma, MP pede condenação de Bolsonaro

Foto: Site do PT

A desfaçatez e o desprezo pela coisa pública não são práticas rotineiras de Jair Bolsonaro apenas na Presidência. Suas mamatas vêm desde o o período em que frequentou os corredores da Câmara dos Deputados sem nunca ter trabalhado. Na terça-feira (22), o Ministério Público Federal em Brasília entrou com uma ação contra Bolsonaro e Walderice da Conceição, conhecida como “Wal do Açaí”, por improbidade administrativa.

O motivo: Wal do Açaí estava lotada no gabinete de Bolsonaro como secretária entre 2003 e 2018, mesmo sem nunca ter pisado no Congresso Nacional. Ainda de acordo com a ação do MP, Walderice e o companheiro Edenilson Garcia prestavam serviços particulares ao então deputado em uma casa em Angra dos Reis (RJ).

Tudo indica, mais uma vez, que Walderice foi usada como laranja para a prática de rachadinha, crime amplamente investigado anteriormente no seio família Bolsonaro. O caso veio à tona no início de 2018, antes da campanha presidencial comçar.

 

A própria Tal do Açaí confessou que nunca viajou para Brasília. Na ação, o MP pede ainda que Açaí e Bolsonaro sejam condenados por improbidade e que cerca de R$ 280 mil em recursos desviados sejam devolvidos aos cofres públicos.

O MPF detectou movimentações estranhas na conta de Tal do Açaí. “A análise das contas bancárias de Walderice revelou, ainda, uma movimentação atípica, já que 83,77% da remuneração recebida nesse período foi sacada em espécie, sendo que, em alguns anos, esses percentuais de saques superaram 95% dos rendimentos recebidos”, apontou o Ministério Público.

“O clã Bolsonaro é corrupção pura!”, exclamou o deputado federal José Guimarães (PT-CE).

“Muito embora os elementos reunidos nestes autos não permitam afirmar, com total segurança, que a remuneração percebida por Walderice Conceição, ou parte dela, era desviada em favor de terceira pessoa, são mais do que suficientes para concluir que, por mais de 15 anos, ela foi remunerada pela Câmara dos Deputados sem a devida contraprestação laboral”, destacou o MP.

O órgão suspeita ainda que a contratação de Wal do Açaí tenha sido utilizada para encobrir os serviços prestados por Edenilson, aposentado por invalidez desde 1990. “Tudo indica que a contratação de Walderice tenha sido a forma encontrada por Bolsonaro de remunerar Edenilson pelos serviços particulares que ele lhe prestava, sem prejudicar o recebimento do benefício previdenciário”, escreveu o MPF.

PTNacional, com G1

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