Após sete sessões marcadas por manobras, conluio e ingerência de setores contrários à representação que pesa sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro, o Conselho de Ética aprovou há pouco, por 11 votos a 9, o parecer do relator Marcos Rogério (PDT-RO), que recomenda abertura do processo de investigação contra o presidente da Casa. Assim que notificado pelo colegiado, Cunha terá 10 dias de prazo para apresentar a sua defesa.
Crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falso testemunho são as condutas imputadas ao presidente da Câmara. Em sessão da CPI da Petrobras, no início do ano, Eduardo Cunha declarou não ser possuidor de contas no exterior. Fatos desmentidos pelo Ministério Público da Suíça, que encaminhou à justiça brasileira farta documentação que desmente o mandatário da Câmara dos Deputados.
O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), integrante do conselho, avaliou que a decisão do Conselho de Ética é uma vitória da sociedade brasileira. “Apesar da enrolação por parte de alguns deputados, em torno desse processo, presenciamos hoje uma vitória da democracia e desta instituição”, afirmou o deputado. Ele acrescentou que esse momento ímpar vai permitir ao acusado o direito de apresentar a defesa sobre os pontos sobre os quais está sendo acusado.
Nessa mesma linha, o deputado Léo de Brito (PT-AC), também membro do Conselho, lembrou as tentativas frustradas de acelerar o processo e de dar uma resposta ao povo que ansiava por uma decisão sobre os possíveis atos ilícitos que pesam sobre o terceiro nome na linha sucessória da Presidência da República. “Na verdade, é uma vitória da sociedade. Nós estávamos impedidos de votar. Tivemos dois relatores que foram retirados de forma arbitrária. Com o novo relator, conseguimos superar todas as obstruções e votar soberanamente pela continuidade do processo”, disse Léo de Brito.
Lembrou ainda o deputado que o presidente da Câmara terá direito ao contraditório. No entanto, para o petista, as evidências contra Eduardo Cunha “são muito contundentes”. “Ele terá o direito de se defender, mas acredito que a decisão de hoje será reiterada no mérito”.
“O resultado representa mais uma vitória nesta etapa em que a situação do Eduardo Cunha vai piorando cada vez mais. O Conselho não tinha como não votar. Diante de tudo o que vem ocorrendo tinha que dar uma resposta ao povo brasileiro”, afirmou Zé Geraldo (PT-PA).
Benildes Rodrigues
Ouça os deputados Léo de Brito e Valmir Prascidelli na Rádio PT
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