Polícia reprime manifestação contra projeto sobre terceirização; Vicentinho é agredido

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FOTO: ZECA RIBEIRO 

A Polícia Militar do Distrito Federal reprimiu com violência a manifestação de sindicalistas e representantes de movimentos sociais que protestavam nesta terça-feira (7), em frente ao gramado do Congresso Nacional, contra a votação do projeto de lei (PL 4330/04) que libera a terceirização no mercado de trabalho.

Durante o ato, que contou com a participação de cerca de quatro mil trabalhadores, o deputado Vicentinho (PT-SP) foi agredido com gás de pimenta nos olhos e precisou de atendimento médico na emergência do departamento médico da Câmara.  

Outros oito manifestantes foram feridos, dois deles com mais gravidade. Nelson Canesin (Sindicato dos Bancários de São Paulo) teve um ferimento na testa e Aurimar Cordeiro (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais) um corte na perna. Os dois foram atendidos no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Quatro manifestantes também foram detidos pela polícia.

Durante todo o dia, a maioria dos manifestantes de entidades sindicais como a CUT e a CTB, e de entidades como o MST, UNE e UBES foram impedidos de entrar na Câmara para acompanhar a votação da proposta. Apenas um pequeno grupo conseguiu entrar na Casa, e protestou no corredor de acesso ao plenário com as seguintes palavras de ordem: “Não, não, não a terceirização” e “Terceirização é precarização”.  

As agressões revoltaram vários parlamentares da bancada do PT. Para eles, a proibição da entrada na Casa de um número maior de manifestantes contribuiu para acirrar os ânimos do lado de fora da Câmara.  “Trabalhadores que poderiam estar aqui, ocupando essas galerias para assistir, ou pelo menos para sensibilizar os nossos deputados desta Casa a não votarem nesse crime, que é a aprovação desse projeto”, lamentou Moema Gramacho (PT-BA).

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também ficou indignada em ver as galerias vazias e as portas fechadas para a entrada dos manifestantes. “Os atos do Parlamento são públicos. É isto o que define a Constituição Federal. Os nossos atos não são privados. Os nossos votos e as nossas atitudes são públicas”, destacou.

Já o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) disse que é inaceitável proibir a entrada de manifestantes.  “Não há explicação alguma para a proibição de trabalhadores e trabalhadoras, representantes de movimentos sindicais, adentrarem a Câmara dos Deputados”, ressaltou.

Na mesma linha, o deputado Padre João (PT-MG) demonstrou indignação. “Quero também, primeiro demonstrar nossa indignação ao tratamento dado aos trabalhadores e trabalhadoras. Há trabalhadores que estão presos, trabalhadores que foram machucados. Isso é inadmissível”, protestou.

Héber Carvalho

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