Dia 15 de novembro, no auditório central da Universidade Católica de Brasília, será lançado oficialmente o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. A iniciativa, construída, até o momento, por 86 movimentos sociais de todo o país, implica na realização de inúmeras atividades até a coleta de votos que ocorrerá entre 1º e 7 de setembro de 2014.
Os plebiscitos populares configuram uma decisiva contribuição dos movimentos sociais à luta popular, construindo poderosas ações pedagógicas, capazes de pautar temas fundamentais à nação.
O Plebiscito Popular não tem valor legal, mas exerce uma forte pressão política e social, permitindo que milhões de brasileiros expressem a sua vontade política.
Quando os Estados Unidos e o então presidente Fernando Henrique Cardoso queriam que o Brasil integrasse a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), entidades e movimentos sociais contrários se reuniram para organizar um Plebiscito Popular perguntando ao povo brasileiro se o Brasil deveria ou não entrar nesse Tratado de Comércio.
Entre 1º e 7 de setembro de 2002 foram coletados 10.234.143 votos em 46.475 urnas instaladas em todo o país, graças ao trabalho voluntário de 157.837 participantes. O resultado não deixou dúvida sobre a vontade da população: 98,32% dos eleitores se declararam contra a entrada do Brasil na Alca. Apesar de não ter valor legal, a maciça participação no Plebiscito Popular foi fundamental para que a proposta da Alca, que comprometia nossa soberania nacional, fosse rejeitada.
Agora o tema é a mudança do sistema político. A realização de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o sistema político brasileiro precisa se debruçar em construir propostas a partir de dois grandes eixos: o primeiro é o aperfeiçoamento da democracia representativa, com a reforma do sistema eleitoral; e o segundo dá conta do fortalecimento da democracia direta e participativa, com controle social.
O Brasil necessita de reformas estruturais que mudem o papel de suas instituições criando uma nova institucionalidade e avancem na democratização.
Portanto, a realização de uma mudança no sistema político é determinante para o avanço das demais reformas estruturantes, desde que calcada no interesse público acima do privado. Essa é a garantia para o amadurecimento definitivo das instituições democráticas brasileiras.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/26562