O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ocupou a tribuna da Câmara, na terça-feira (14), para denunciar a trama golpista articulada pela oposição venezuelana para derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Segundo o deputado,assim como no Brasil, setores oposicionistas liderados pelo candidato derrotado Henrique Capriles, inconformados com a derrota eleitoral, articulam a convocação de um referendo revogatório como caminho para anular a eleição que deu vitória a Maduro. “Através de um ato ilegal, querem eleger um novo chefe do Poder Executivo”, alertou Pimenta.
“Assim como ocorreu no Brasil, a campanha para derrubar um presidente democraticamente eleito está sendo impulsionada pelos derrotados das urnas. Capriles, o candidato perdedor das últimas eleições venezuelanas, lidera a campanha pelo referendo revogatório. Esse referendo, assim como o impeachment da Presidenta Dilma no Brasil, é inconstitucional”, denunciou.
Pimenta explicou que a ação desses oposicionistas trata-se de um golpe. Isto porque, segundo ele, a Constituição venezuelana é clara ao determinar que, só é possível reivindicar o referendo revogatório, e convocar novas eleições até o fim da primeira metade do mandato presidencial para o qual foi eleito o presidente. “Esse prazo venceu em 10 de janeiro deste ano”, revelou o petista.
“Além disso, já foi comprovada a existência de milhares de assinaturas falsas entre as listas de eleitores que pretendem o referendo, muitas delas de pessoas que morreram há muitos anos”, completou.
De acordo com Paulo Pimenta, a escalada golpista que assombra a América Latina ocorre com governantes que priorizam políticas sociais e se preocupam em fazer mudanças que possam dar cidadania à população mais pobre. “Governos populares desagradam o grande poder econômico. A estratégia adotada pelos detentores do grande capital, na tentativa de derrotar esses Governos, se repete por toda a América Latina”.
“A política do quanto pior, melhor, velha conhecida do Brasil em tempos de golpe, se replica na Venezuela: as oligarquias econômicas do país travam uma guerra contra o povo, provocando crises de abastecimento”, lamentou Paulo Pimenta.
Apesar da existência das redes de distribuição estatais, parte da distribuição de alimentos e medicamentos está nas mãos de máfias especuladoras. O objetivo é desestabilizar a Nação e mergulhá-la numa crise profunda, a fim de culpar o Governo e, com isso, forçar sua saída.
Cruzada midiática – Além da crise econômica provocada pelos inconformados com a derrota eleitoral há, ainda, conforme relatou o deputado, uma cruzada midiática. Segundo ele, essa cruzada ocorre a partir do processo de difamação. Ele frisou que Maduro, Chávez, Cristina Kirchner, Lula e Dilma são vítimas das difamações midiáticas.
“Os canais da grande mídia, controlados por meia dúzia de famílias bilionárias, se articulam e buscam produzir uma opinião pública de rejeição das lideranças de esquerda na América Latina, com base em mentiras, em informações distorcidas e em sensacionalismo”, acusou Pimenta.
O petista acredita que para combater essa escalada golpista só a “união dos países progressistas latino-americanos deteria essa ofensiva internacional do neoliberalismo contra os partidos progressistas e populares da América Latina”.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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