Pimenta denuncia ameaças a Teori Zavascki e diz que haverá investigação dos responsáveis

PPimenta Salu

Em discurso na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (23), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) denunciou as ameaças sofridas pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), após decidir que o juiz Sérgio Moro não tem mais competência legal para conduzir investigações sobre o ex-presidente Lula. Pimenta cobrou apuração e responsabilização penal aos autores das ameaças e disse ter sido informado que as investigações já foram deflagradas.

“Imediatamente [após a decisão], nas redes sociais, algumas pessoas, algumas figuras inclusive que são personalidades do mundo cultural e do mundo jornalístico brasileiro, passaram a fazer publicações no sentido de ameaças, coação e tentativas de intimidação ao ministro Teori Zavascki. Em seguida a este fato, em Porto Alegre, um grupo de pessoas se dirigiu à casa do ministro. Passaram a divulgar também nas redes sociais o endereço dos seus familiares e o seu endereço em Brasília, chamando a população para que fosse à casa do ministro e de seus familiares”, denunciou Pimenta, que considera o episódio “extremamente grave” e merecedor do repúdio da sociedade e do poder público.

“Durante toda a madrugada se sucederam diversos tipos de manifestações. Paralelo a isso, nas redes sociais, um conjunto de publicações, de caráter intimidatório, violento, agressivo, com ameaças à sua integridade física e à de seus familiares”, continuou o deputado.

“Não resta dúvida que se trata de um fato que nós não temos registro no Brasil no período recente e talvez não tenhamos no mundo uma situação semelhante, onde um ministro da Suprema Corte sofra esse tipo de agressão ou de intimidação por conta de uma decisão que tenha adotado”, destacou o parlamentar.

Na opinião de Pimenta, “não é tolerável” a “escalada fascista” de segmentos golpistas. “Além de defenderem um golpe institucional e midiático, de rasgar a Constituição, de rasgar a democracia, além de terem hostilizado e agredido cidadãos nas ruas pelo fato de estarem com uma roupa vermelha, pelo fato de serem ligados ao partido ‘A’ ou ‘B’, nós passamos a assistir isso que o Brasil assistiu essa madrugada, um ministro da Suprema Corte ter a sua integridade física ameaçada, bem como dos seus familiares”, protestou o deputado gaúcho, que disse ter sido informado da decisão do Poder Judiciário de abrir investigações sobre o caso.

“Que se investiguem os autores, aqueles que estão incitando ódio nas redes sociais e também sejam responsabilizados pelos atos que nós assistimos em frente à residência do ministro do Supremo”, enfatizou Pimenta.

O petista ainda chamou a atenção para o que poderia ter ocorrido numa situação inversa. “Imaginem se nós tivéssemos passado essa madrugada com um ato político na frente da casa do ministro Gilmar Mendes, promovido por movimentos sociais ou por grupos que se opõem a alguma decisão que ele tenha adotado. Imaginem se tivéssemos assistido algo semelhante”, ponderou Pimenta.

Para o deputado, o caso precisa “servir de exemplo para que sejam coibidas quaisquer atitudes semelhantes de incitação ao ódio, que se multiplicam pelo Brasil”.

Na internet, o editor-chefe da Época, Diego Escosteguy disse em sua conta no Twitter que “será difícil conter o ânimo da população contra Teori”. Em julho de 2015, o mesmo jornalista indagou aos seus seguidores, também via Twitter, se não “seria melhor linchar os corruptos”. Também na rede, o cantor Lobão foi uma das personalidades que disseminou o endereço do filho do ministro Zavascki em Porto Alegre e estimulou a hostilização do magistrado e seus familiares.

Assista ao vídeo do discurso de Paulo Pimenta:

https://www.facebook.com/deputadofederal/videos/1074856609273961/

Rogério Tomaz Jr.

Foto: Salu Parente

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