Foto: Salu Parente
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu mais em 2011 do que fora divulgado anteriormente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a nova metodologia para o cálculo do Sistema de Contas Nacionais (SCN), o avanço foi de 3,9% em 2011, bem acima dos 2,7% estimados anteriormente. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (11). E, antes que os desavisados falem em contabilidade criativa, o IBGE explicou que a nova fórmula de cálculo segue recomendações do manual de Contas Nacionais organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e pela Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Assim, na nova série, o PIB chegou a R$ 3,887 trilhões em 2010 e a R$ 4,375 trilhões em 2011, com variações de 7,5% e 3,9%, respectivamente. Na média, os valores do PIB de 2000 a 2011 ficaram 2,1% acima dos valores da série antiga, cujo crescimento médio nesse período revisado passou de 3,5% para 3,7% pela série atual. A nova metodologia foi adotada pelo IBGE para tornar o cálculo do PIB brasileiro mais harmônico com o de outros países.
Os números divulgados hoje, na avaliação do deputado Enio Verri (PT-PR), confirmam o acerto da política anticíclica adotada pelo governo Dilma. “Mesmo pelas regras antigas a nossa economia já tinha registrado um crescimento significativo e sustentável no ano imediatamente anterior à pior fase da crise financeira internacional. Com a mudança, se verificou que o crescimento foi ainda mais expressivo”, frisou.
Enio Verri explicou que a nova metodologia será aplicada também para verificar o crescimento do PIB brasileiro nos anos de 2012 e de 2013.
“E, com certeza, os números serão mais positivos. Isso é um ótimo estímulo para o nosso setor produtivo que, ao confirmar o crescimento mais consistente do PIB ficará mais disposto a investir”, argumentou. Ainda, segundo o deputado Enio, a tendência com a nova metodologia, é o PIB deste ano apresentar um resultado melhor.
Produção e despesa – Segundo o IBGE, a divulgação das Contas Nacionais a partir de 2010 foi feita com base no Sistema de Contas Trimestrais, usando a composição do PIB pela ótica da produção e da despesa, sem, no entanto, incluir o recorte por setores institucionais. Esse item dos setores institucionais foi incluído agora e divulgado pela primeira vez para os anos de 2010 e 2011.
A participação das remunerações dos empregados cresceu de 41,6% para 42,2% do PIB nesses dois anos, embora a participação do rendimento bruto tenha recuado. O setor governo apresentou queda da necessidade de financiamento em 2011 quando comparada a 2010, cuja explicação decorre da evolução positiva dos impostos sobre a renda e patrimônio (19,9%) enquanto que o item consumo final tenha crescido menos, 10,6%.
Vânia Rodrigues, com PT na Senado