O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), lamentou a possiblidade do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, não mais aceitar a complementação da delação da empreiteira Andrade Gutierrez. Segundo ele, se essa desistência se confirmar estará provado que setores do Ministério Público promovem investigações seletivas, apenas para desgastar certos atores políticos e partidos em detrimento de outros.
Nesta segunda-feira (14) reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que Janot não quer mais uma nova delação da Andrade Gutierrez. De acordo com a publicação, a desistência teria ocorrido após procuradores terem questionado executivos da empresa se haveria relatos de crime envolvendo o ex-presidente Lula e empresas de telecomunicações, e terem recebido “um não como resposta”.
A Folha explica que foram procuradores da própria Lava Jato que constataram omissões no relato da Andrade Gutierrez, ao compararem com outras delações. A empresa fechou um acordo de delação em 2015, e pagou uma multa de R$ 1 bilhão. Entre as omissões detectadas haveria “o pagamento de suborno a Aécio Neves por conta da obra da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro construída quando o tucano era governador de Minas Gerais”.
A publicação também informa que também faltariam relatos sobre “pagamento de suborno em obras como o Rodoanel e o metrô de São Paulo, contratadas durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB”.
“A se confirmar essa informação será mais uma prova da seletividade de parte do Ministério Público, que faz o jogo daqueles que só se interessam em acabar com o Lula e com o PT, e que não deseja investigar profundamente a corrupção envolvendo os governos tucanos”, acusou Zarattini.
Héber Carvalho