O plenário da Câmara voltou a ser palco de repercussão, nesta quinta-feira, dos ataques sofridos nesta semana pelo PT por setores da mídia e da oposição. De acordo com parlamentares, as ofensas tiveram como alvo atingir o partido e a candidatura à presidência da República da ministra Dilma Rousseff. O líder da bancada do PT, deputado Fernando Ferro (PE), lembrou que o PT, há 30 anos, tem o mesmo nome que honra. “O PT não precisou trocar de nome para se esconder de seu programa, das suas ações, como é o caso do DEM, que já foi Arena, PDS, já foi PFL, numa troca de identidade incrível”, disse.
Segundo Ferro, o PT vai colaborar para elevar o nível da política, e não deixar que “a calúnia, a acusação e os instrumentos de rebaixamento da ação política sejam escolhidos para o debate no país”. O partido vai acionar judicialmente os veículos de comunicação pelas ofensas.
Está demais – O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) também ocupou a Tribuna para reiterar repúdio ao “comportamento” de setores da grande imprensa brasileira. “Abril, Globo, Estadão, Folha de S. Paulo são empresas privadas e, assim sendo, têm interesses econômicos, financeiros, mercantis, mercadológicos e políticos. Mas está demais! Estão sobrepondo os seus interesses aos interesses da informação”, disse Rosinha. De acordo com ele, não há imprensa livre hoje no Brasil porque esses grandes grupos da mídia não querem.
O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) lembrou que o PT surgiu contra a ditadura, “da qual alguns parlamentares da oposição parecem ter saudades ao fazerem acusações vazias”.
O deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) também manifestou repúdio às acusações feitas ao partido pela mídia, envolvendo João Vacari Neto. “Não há nenhum processo contra o secretário Nacional de Finanças do PT, por suposto desvio de dinheiro da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop)”, disse. Ele acrescentou que “nesse sentido, as questões são transparentes, a documentação existe.”
Washington Luiz (PT-MA) afirmou que os ataques sistemáticos da mídia ao PT aumentaram com a ampliação da popularidade da ministra Dilma, demonstrada nas pesquisas que indicaram a queda do candidato tucano José Serra . “Estes veículos que foram fartamente beneficiados durante o Governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, têm faltado ao compromisso com a verdade e se empenhado em divulgar mentiras”.
O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) classificou como “extremamente grave” as acusações feitas contra o PT. “Não é legítimo que disseminemos o ódio de classe ou confundamos partido político com organização criminosa. Até porque, salvo engano meu, a generalização em torno do meu partido, o Partido dos Trabalhadores, de que se trata de organização criminosa, é extremamente grave. Nossa contribuição partidária para o avanço democrático do país não é reconhecida apenas no Brasil, pelo povo brasileiro”, disse.
Gizele Benitz