Petistas rechaçam distorções e visão alarmista da revista The Economist sobre o Brasil

guimaferroberzoini
 
O líder da bancada do PT na Câmara,José Guimarães (PT-CE), e os deputados Fernando Ferro (PT-PE) e Ricardo Berzoini (PT-SP) criticaram hoje capa alarmista da revista inglesa The Economist sobre a economia brasileira. Considerada como guia  sagrado do capitalismo global, com um viés neoliberal que privilegia uma elite econômico-social, a revista ignora a realidade e anuncia um suposto desastre do modelo de desenvolvimento adotado no País. Conforme sublinharam os parlamentares, a visão obtusa e  negativa da publicação não converge com o que apontam os principais indicadores econômicos e sociais do Brasil: pleno emprego, aumento da renda do trabalhador, controle da inflação, redução da taxa de juros, justiça social. 
 
Ao rebater o pessimismo da reportagem, o líder petista lembrou que neste semestre o Brasil ocupou o terceiro lugar no ranking de crescimento do Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas produzidas no país) entre os cinco países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Ele lembrou ainda que esse resultado foi superior ao de outras economias consideradas desenvolvidas, como as da Alemanha, Japão e EUA. 
 
A revista que chega às bancas neste fim semana traz na capa a imagem do Cristo Rendentor fazendo acrobacias aéreas e se espatifando no chão com a manchete: “O Brasil estragou tudo?” Segundo a reportagem, na década iniciada em 2000, “o Brasil decolou e, mesmo com a crise econômica mundial, o País cresceu 7,5% em 2010. No entanto, tem parado recentemente. Desde 2011, o Brasil conseguiu apenas um crescimento anual de 2%. 
 
“Não há risco nenhum de o Brasil ter perdido, como algumas nações do mundo perderam, o bonde da história”, disse  José Guimarães. “O modelo econômico brasileiro está sustentado em três pilares (controle da inflação, taxa de juros baixa e pleno emprego)  que não permitem retrocesso”, ressaltou José Guimarães.  Para ele, a avaliação da revista “vai na contramão do que dizem os principais organismos internacionais e o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), que veem no Brasil um porto seguro para investimentos”. 
 
Credibilidade – O deputado Fernando Ferro classificou a revista The Economist de “conservadora” e de credibilidade “duvidosa”.  Para ele, a publicação atende interesses de grupos que foram contrariados com a política econômica adota pelos governos do PT e aliados desde 2003. Entre outros pontos, citou a redução das taxas de juros, a defesa da soberania e das empresas nacionais e investimentos em tecnologia de ponta como as desenvolvidas pela Petrobras. “Acho que nem devíamos perder tempo com uma revista que está para fechar em virtude dificuldade financeira e de credibilidade com seus leitores”. 
 
De acordo com o parlamentar,  a reportagem é “desprezível” e, segundo ele, pode atender alguns interesses eleitorais imediatos daqueles que cultivam pessimismo. Ele frisou que, ao contrário do que diz a revista inglesa, os dados comprovam que o País  está no rumo certo. “ Ontem mesmo tivemos a divulgação de que o Brasil tem a menor taxa de desemprego do mundo (5,3%). Essa revista não está interessada em queda de desemprego porque ela só pensa em lucro”, constatou Fernando Ferro. 
 
Em sua avaliação, a reportagem demonstra que para The Economist  “a vida das pessoas não vale”. Lembrou que a “filosofia de administrar  do nosso governo é humanitária. Não dá para comparar  com interesses mesquinhos de uma revista que é porta voz do capitalismo violento e saqueador da humanidade”.
 
Reportagem encomendada – Enquanto os EUA e parte dos países europeus engatinham para sair da crise econômica mundial, a revista aponta o canhão para a economia brasileira em franco crescimento. Nesse sentido, o deputado Ricardo Berzoini  acredita tratar-se “de uma reportagem aparentemente encomendada por alguém que tem interesse em financiar as expectativas negativas sobre o Brasil. Não há nenhum indicador, hoje, preocupante na economia brasileira”.  
 
De acordo com Berzoini, a desconstrução do modelo econômico brasileiro não procede. Para ele, o cenário internacional revela que os EUA ainda têm menos empregos e não conseguiram superar a estagnação econômica. Ele disse ainda que parte da Europa está em recessão  e a Ásia encontra-se em desaceleração. 
 
“Temos uma situação mundial que exige do governo um tipo de política econômica difícil de operar. No entanto, os dados do Brasil em relação ao emprego, a manutenção do crescimento mesmo que modesto e, principalmente, os dados sobre mercado de trabalho e renda dos trabalhadores mostram que o Brasil está no caminho certo”, disse Berzoini  
 
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra 

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