O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, estiveram presentes por cerca de duas horas, na manhã desta segunda-feira (5), no velório do ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Eduardo Dutra. Ele tinha 58 anos, e morreu no domingo (4) em decorrência de um câncer. Dutra, que já foi senador, era natural do Rio de Janeiro e fez carreira política em Sergipe.
“Nós cultivamos uma relação quase de irmãos”, afirmou Lula a parentes e amigos durante a cerimônia, e destacou, além da afinidade pessoal, as batalhas políticas travadas ao lado de Dutra. “Tive o prazer de conviver com o Zé Eduardo durante a construção do PT e da CUT, durante as campanhas políticas de que participamos. Tive o prazer de vê-lo ser um extraordinário senador da República. Tive o prazer de ter indicado ele para presidente da Petrobras. Tive o prazer de ver o discurso dele de entrada e de saída da Petrobras”, completou.
“Quando muita gente pensava que a Petrobras era uma empresa que precisava ser privatizada, que não tinha mais jeito, ele foi uma das pessoas que recuperou a Petrobras e deu uma dimensão extraordinária à empresa, infinitamente maior do que havia sido feito antes dele”, afirmou.
Lula concluiu a homenagem desejando aos filhos e netos de Dutra que carreguem seu exemplo para a vida. “O que é importante que a gente guarde do Zé Eduardo é o compromisso com a luta pelo povo pobre deste país, o compromisso com a luta dos trabalhadores brasileiros, e o compromisso para construir um país democrático, justo”, disse.
Ódio lastimável – Nas proximidades do local do funeral, um carro passou rápido e jogou papeis criticando o PT. “São ações orquestradas. É lastimável. Nos dói muito esses panfletos e o clima de intolerância”, criticou o deputado estadual Durval Ângelo (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Sobre os panfletos ofensivos a presidente e ao partido, o ex-deputado federal Virgílio Guimarães, contemporâneo de Dutra, comentou “é lamentável, e parte dessa onda de ódio que vive o país”.
Trajetória – Dutra chegou ao Congresso Nacional como senador por Sergipe em 1995 e fez história juntamente com outro companheiro recém-falecido: Marcelo Déda. Como parlamentar, destacou-se pelo trânsito fácil e a capacidade de agregar e conciliar.
Carioca de nascimento, sergipano por opção, foi presidente da Petrobras e do PT. Começou sua carreira política como presidente do Sindicato dos Mineiros do Estado de Sergipe, entre 1989 e 1994, e dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), de 1988 a 1990.
Em 1994, foi eleito senador por Sergipe. Atualmente, era primeiro suplente do senador Antônio Carlos Valladares (PSB).
Foi presidente da Petrobras de 2003 a 2005. Retornou à Petrobras como presidente da Petrobras Distribuidora, de 2007 a 2009. Deixou a empresa para disputar a presidência do Partido dos Trabalhadores, cargo que ocupou entre 2010 e abril de 2011.
O velório aconteceu a portas fechadas, apenas para familiares, amigos mais próximos e autoridades. O corpo foi cremado.
PT na Câmara com agências