Os presidentes das comissões de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado Assis do Couto (PT-PR), e do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES), estiveram na terça-feira (15) no Palácio Itamaraty, para tratar sobre a situação de um dos fundadores do Wikileaks, Julian Assange. O pedido pela interlocução com a diplomacia brasileira em favor de Julian partiu de entidades ligadas aos movimentos sociais, principalmente o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Julian Assange é um jornalista australiano que participou da publicação de informações confidenciais do governo e de empresas americanas através da página Wikileaks. Por este motivo, Julian recebeu asilo político do Equador e está há dois anos impossibilitado de poder deixar a embaixada equatoriana na Inglaterra. Se sair da embaixada, Assange corre o risco de ser extraditado aos Estados Unidos. De acordo com alguns representantes dos movimentos sociais, se sair da embaixada do Equador, Assange corre risco de morte.
“Viemos aqui com a intenção de entender melhor este caso. Se o governo brasileiro poderia buscar uma saída para resolver a situação do Assange, levando em consideração as contribuições importantes da ação dos fundadores do Wikileaks, inclusive para a democracia”, considerou o deputado Assis. Ele e a senadora Ana Rita destacaram o apelo humanitário e questionaram sobre possíveis interações diplomáticas para tentar encontrar uma saída para a situação do australiano.
Ana Rita e Assis foram recebidos pelo subsecretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Antônio da Rocha Paranhos, pelo embaixador, Pedro Henrique Lopes Borio, e também Alexandre Peña Ghisleni, diretor do Departamento de Direitos Humanos e Tomas sociais do ministério em questão.
Eles explicaram aos parlamentares a dificuldade do governo brasileiro em vislumbrar uma maneira clara de interferir, diplomaticamente, nas questões ligadas a Assange. Para as lideranças do Itamaraty, devido as dificuldades diplomáticas do caso de Julian, uma intervenção de uma entidade internacional de Direitos Humanos seria uma alternativa.
O deputado Assis e a senadora Ana Rita agradeceram a atenção do Itamaraty. “Assim tivemos a oportunidade de esclarecer melhor este caso. Até para, eventualmente, se o Senado ou a Câmara precisarem se posicionar sobre o assunto, já estamos no compasso da diplomacia brasileira”, concluiu a senadora.
Fonte: Assessoria das comissões