Os deputados Valmir Assunção (PT-BA) e Bohn Gass (PT-RS) e Paulo Pimenta (PT-RS) manifestaram indignação, em plenário, com o momento político do país que culminou com a instalação de comissão para analisar processo contra a presidenta Dilma Rousseff sem qualquer fundamento que embase seu impedimento legal. Ele lembram os absurdos que envolvem todo esse processo e que pode vir a favorecer o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, envolvido em denúncias seríssimas de corrupção.
“Estamos vivendo um período em que o grande debate está nas questões da Lava-Jato, é justamente quem está ou não na lista da Odebrecht, e quem está nas delações premiadas. E o que está sendo discutido na Comissão Especial do Impeachment? Está sendo discutido o impeachment da Presidente Dilma que não está vinculado à Operação Lava-Jato; não está vinculado à lista de doação de empresas e à corrupção. Está sendo discutido o impeachment porque houve, em 2015, seis decretos de abertura de crédito, dois assinados por Michel Temer, e os outros quatro pela Presidente Dilma. E esses decretos dizem que esses recursos têm que ser destinados à abertura de crédito para a educação brasileira, para as universidades públicas…”, listou.
Lembrou o deputado o absurdo ainda maior da situação uma vez que, se cassarem a Presidente Dilma para tornar Michel Temer presidente, o vice-presidente da República será o deputado Eduardo Cunha, que preside a Câmara. Valmir Assunção recordou que o Ministério Público da Suíça já mandou para o Brasil todas as contas que Eduardo Cunha tem naquele país. “O patrimônio dele está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal, mas é justamente ele que se tornará vice-presidente da República. Não é possível que a maioria dos deputados ou a população brasileira possam premiar o Eduardo Cunha com a vice-presidência do Brasil! Isso é uma insensatez!”, vaticinou.
Para Valmir Assunção, não é possível aceitar essa situação.” Sabem por quê? Porque, durante esse período de investigação contra todo mundo, não encontraram nada contra nossa Presidente, porque ela é uma mulher séria, uma mulher honrada. E ela vai continuar governando o Brasil até 2018. Disso vocês podem ter convicção!”.
Golpe – Também o deputado Bohn Gass afirmou que, pela lei, o impedimento só vale quando há crime de responsabilidade. E não há crime de responsabilidade. “A presidente é mal avaliada. O Fernando Henrique Cardoso também foi. Há o problema da economia. Momento de economia? Nós já o tivemos em vários momentos, inclusive o Brasil está trabalhando para não ter os efeitos da economia mundial sobre a economia brasileira. Então, onde é que reside o problema? Esta Casa julga sem ter amparo legal. Então, quando não há amparo legal, é golpe!”, enfatizou Bonh Gass.
Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) não há outro nome para caracterizar o movimento midiático, jurídico em curso no País hoje que não seja o de golpe. “É evidente que a Constituição prevê o estatuto do impeachment; no entanto, a mesma Constituição e a Lei 1.079 são muito claras: para que ocorra o impedimento de um Presidente da República é necessário que tenha ocorrido o crime de responsabilidade. Todos nós sabemos, nós do Governo, a Oposição …, que a Presidenta não cometeu nenhum crime que possa ser considerado crime de responsabilidade”, concluiu.
PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara