Os deputados petistas Vicentinho (SP), Padre João (MG), Arlindo Chinaglia (SP), Paulão (AL), Rogério Correia (MG), Leonardo Monteiro (MG) e Frei Anastácio (PB) prestaram solidariedade e manifestaram apoio aos trabalhadores dos Correios que entraram em greve nesta terça-feira (18). Ao se pronunciar durante sessão remota de hoje, Vicentinho explicou que os trabalhadores não paralisaram suas atividades por prazer ou por alegria. “Eles pararam, primeiro, por causa de uma manobra dos Correios que, influenciando o presidente do Supremo Tribunal Federal, fez com que um acordo, uma convenção coletiva em pleno vigor – cujo prazo terminaria em 31 de julho do ano que vem – tivesse a sua validade antecipada para o dia 31 de julho deste ano”, explicou.
Vicentinho disse que, com isso, todas as cláusulas sociais, “resultado de lutas de anos e anos na mesa de negociação da autonomia sindical foram por água abaixo”, e esses trabalhadores estão abandonados em termos de direitos nas cláusulas sociais. “Esse é o motivo principal pelo qual os companheiros dos Correios entraram em greve”, reforçou.
O deputado do PT paulista citou ainda que os trabalhadores dos Correios estão sobrecarregados, se contaminando e morrendo todos os dias por irresponsabilidade do presidente Bolsonaro. “Eles não aguentaram e no meio da pandemia gritam: ‘Eu quero o direito de manter minhas cláusulas sociais!’,” afirmou.
Para Vicentinho, não é possível que um acordo que foi feito entre o empresário, o governo Bolsonaro e os trabalhadores dos Correios seja quebrado por uma decisão liminar. “Isso é gravíssimo. Por essa razão, presto aqui a minha solidariedade. Espero que logo se sentem à mesa para a busca de uma solução”.
O deputado Arlindo Chinaglia considerou a greve justa e necessária diante da quebra de acordo da empresa com a categoria. “É uma greve inclusive histórica pelo contexto da pandemia, uma paralisação na qual não poderá ter manifestação de rua, mas que tem a nossa solidariedade pelos direitos dos trabalhadores e contra a privatização dos Correios”, afirmou.
Privatização
Para os parlamentares do PT, os Correios, com a sua importância social, vão aonde os grupos privados não vão. Citaram ainda que a instituição é lucrativa e deve ser preservada. “Por isso, não à privatização. Não à destruição dos Correios” reforçou Vicentinho.
O deputado Paulão enfatizou que a categoria é fundamental e que os Correios é uma empresa estratégica para o País. “Os correios chegam a cada município brasileiro, seja com correspondência, seja como correspondente bancário. Por isso a nossa solidariedade a esses trabalhadores que estão correndo o risco de perder seus direitos”. Paulão manifestou ainda repúdio ao general que está à frente da direção dos Correios. “Ele deveria defender a empresa, a nossa soberania, e não fortalecer a estratégia entreguista e privatista dos Correios. Isso é crime de lesa-pátria”, denunciou.
O deputado Rogério Correia, ao manifestar apoio e solidariedade aos trabalhadores dos Correios, enfatizou que a greve da categoria era em defesa dos seus direitos e também em defesa de uma estatal importante para o Brasil. “Espero que o exemplo deles possa reunir também os brasileiros em defesa dos Correios, em defesa da Petrobras, em defesa da Eletrobras, do serviço público de saúde e de educação. Enfim, contra os ataques que o governo Bolsonaro e esse programa de privataria do Paulo Guedes (ministro da Economia) apontam de ruindade para o Brasil”, afirmou.
Ao manifestar a sua solidariedade aos funcionários dos Correios, Padre João também se indignou com a situação geral do País e com as privatizações em curso. “São quase 110 mil mortos, não sei como os colegas não ficam indignados com esta situação, não sei como não conseguem enxergar que não temos uma articulação do presidente da República e da sua equipe. Não tem ministro da Saúde. Cada pasta representa, na verdade, um escândalo. Na verdade, a negação da política e do Estado é para os pobres, para os banqueiros tudo, para os grandes investidores tudo, tentam avançar na privatização do Banco do Brasil, dos Correios, da Petrobras”, denunciou.
Na avaliação do deputado Padre João, não é com o encolhimento do Estado brasileiro que vamos garantir dignidade, saúde e vida para o povo. “O meu apelo ao povo brasileiro, o meu apelo e certa indignação com os próprios colegas, porque às vezes por causa de um cargo se silenciam, se acovardam por um espaço no governo, mas estão conscientes de que este governo está levando o Brasil para o buraco”, desabafou.
Negligência do Estado
O deputado Leonardo Monteiro foi enfático em defesa da greve: “Como presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, apoio a grave dos trabalhadores que lutam contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a negligência do Estado com a saúde dos funcionários em tempos de pandemia”.
O deputado Frei Anastácio avalia que não é possível ficar de braços cruzados diante dos ataques de Bolsonaro. Além de retirar direitos, ele já anunciou a privatização da estatal. “Dessa forma, a greve é por culpa do governo que não quer cumprir nem o acordo coletivo firmado no ano passado com a categoria, em todo o País”, disse o deputado.
O parlamentar destacou que segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT), além do plano de privatizar os Correios, entre as 70 cláusulas derrubadas pelo governo estão: 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio-creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras.
Vânia Rodrigues