O deputado Rogério Correia (PT-MG) desafiou nesta quarta-feira (6), da tribuna da Câmara, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a investigar as ligações das milícias do Rio de Janeiro com a família Bolsonaro. Ele destacou a indicação número 22, de sua autoria, que pede para que o ministro Moro deixe de atuar como advogado da família Bolsonaro, e investigue o que é dever de sua pasta. Por sua vez, o deputado Valmir Assunção (PT-BA), cobrou dos parlamentares que apoiam Bolsonaro para que assinem o requerimento de instalação de uma CPI para investigar Queiroz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro e amigo da família do presidente Jair Bolsonaro.
Correia defende a instalação urgente de um procedimento investigativo sobre as ligações criminosas das milícias do Rio de Janeiro que levaram ao assassinato da vereadora Marielle Franco, até hoje não desvendado. “E, ao mesmo tempo, as ligações dessas milícias com a própria Assembleia do Rio, inclusive com o hoje senador Flávio Bolsonaro” [PSL-RJ].
O deputado reforçou o pedido de abertura de um processo especial de investigação. “Não é possível que isso continue impune e que a República brasileira não consiga investigar o que fazem as milícias, que são criminosas no Rio de Janeiro, mas que se espalham pelo País”.
CPI do Queiroz
O deputado Valmir Assunção também foi à tribuna cobrar investigação sobre os escândalos que envolvem a família Bolsonaro. Assunção ainda respondeu os deputados que questionaram o PT e o ex-presidente Lula em plenário na sessão de terça-feira (5). “Quero falar aos parlamentares que dizem que vão calar o PT, que vão enfrentar o partido aqui nesta Casa, que nós estamos nas ruas, nos movimentos sociais em todo lugar defendendo aquilo que a gente acredita”. E provocou: “os vestais da moralidade que têm aqui nesta Câmara devem assinar a CPI do Queiroz , porque não podem ser hipócritas e nem demagogos, dizer uma coisa e fazer outra. Então, haverá a CPI do Queiroz para investigar as milícias, para investigar toda a situação que aconteceu no Rio de Janeiro”.
Fabricio Queiroz é ex-motorista de Flávio Bolsonaro e amigo da família do presidente Bolsonaro. Ele é investigado porque o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na sua conta. Queiroz recebeu dinheiro de servidores que atuaram no gabinete do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro.
Vânia Rodrigues