Deputados da Bancada do PT na Câmara enalteceram a campanha pela indicação dos médicos de Cuba ao prêmio Nobel da Paz. A solidariedade, dedicação e o trabalho dos médicos cubanos no combate a pandemia do novo coronavírus, ao redor do mundo, vem se destacando mundialmente. O ex-presidente Lula e diversas personalidades conhecidas internacionalmente, como Adolfo Perez Esquivel, prêmio Nobel da Paz de 1980, assinaram o manifesto.
Em meio à pandemia, o governo cubano enviou cerca de 1,8 mil profissionais para dezenas de países para ajudar no combater ao vírus. Em resposta, a cada dia se fortalece uma campanha para que os médicos recebam o Prêmio Nobel da Paz em 2020, por meio de abaixo-assinado endossado por diversas organizações e personagens.
Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS) a indicação dos médicos de Cuba ao prêmio é merecida. “A campanha pela indicação dos médicos de Cuba ao prêmio Nobel da Paz é um importante reconhecimento ao trabalho humanitário e solidário que as brigadas realizam há anos em diversas partes do mundo”. O deputado destacou que os profissionais cubanos já salvaram milhares de vidas em países atingidos por terremotos, furacões e epidemias e, agora, estão realizando atendimento às vítimas da pandemia do novo coronavírus na Venezuela, Nicarágua, Suriname, Jamaica, Haiti, Itália, Espanha, entre outros países.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) também ressaltou a importância dos serviços humanitários que os cubanos sempre prestaram ao mundo. “A indicação para o Nobel da Paz é mais que justa, os médicos cubanos já são reconhecidos internacionalmente pelos serviços humanitários prestados em diferentes países, sempre chegando e atuando onde quase ninguém se dispõe a ir ajudar. Fizeram um trabalho comovente na epidemia de Ebola, na África. Agora na Itália saíram como heróis”, enfatizou. Solla destacou ainda que os cubanos também atuaram salvando vidas em diversos países da América Latina, como o Brasil, aceitando atuar e morar mesmo em periferias violentas e comunidades isoladas. “E no Brasil, enfrentaram ainda o racismo de entidades corporativistas”, lembrou.
“Enquanto países ricos agiram sequestrando equipamentos, comprando pra si estoques de vacinas e despejando medicamentos sem eficácia, um país dito pobre como Cuba, exporta solidariedade e agentes que salvam vidas”, afirmou o ex-ministro da saúde, deputado Alexandre Padilha (PT-SP).
Campanha Mundial
Além de Lula, assinam a campanha pela indicação a ex-presidenta Dilma Rousseff, Frei Betto, Leonardo Boff, Fernando Morais, os atores norte-americanos Danny Glover e Mark Ruffalo, o músico Chico Buarque, o sociólogo Emir Sader, João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o linguista Noam Chomsky, a diretora Petra Costa e o ex-presidente do Equador, Rafael Correa.
A iniciativa propõe o reconhecimento às brigadas médicas cubanas do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Graves Epidemias Henry Reeve, que hoje estão atendendo vítimas da covid-19 na Venezuela, Nicarágua, Suriname, Jamaica, Haiti, Itália, Espanha, entre outras nações. São 21 grupos espalhados em diversos continentes. Até o momento são 7.918 assinaturas.
Mais Médicos
O deputado Henrique Fontana, que também é médico, lembrou da ajuda dos profissionais cubanos no Brasil. “Aqui no Brasil, através do programa Mais Médicos do governo Dilma, a presença de milhares de médicos cubanos contribuiu para que as políticas de prevenção da doença e a promoção da saúde chegassem à população mais vulnerável, naquelas regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, que não nunca tinham recebido atendimento de saúde adequado”.
Jorge Solla recordou seu convívio com os médicos na Bahia. “Todos os médicos cubanos com quem pude conviver nesse período, como secretário de Saúde da Bahia e, depois, como deputado, são extremamente competentes, mas de um coração sem tamanho”.
Em 2013 a ex-presidenta Dilma Rousseff lançou o programa Mais Médicos com o objetivo de suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades brasileiras. Muitas dessas comunidades passaram a ter, pela primeira vez, um profissional médico para atender sua população. O programa levou acesso à atenção básica a mais de 60 milhões de brasileiros em mais de 4 mil municípios. E dos 18 mil médicos inscritos, mais de onze mil eram profissionais cubanos.
Após Jair Bolsonaro ser eleito, no final de 2018, e fazer ameaças, o governo cubano se retirou do programa e rompeu o convênio com o governo brasileiro.
Lorena Vale com agências