As autoridades iranianas suspenderam a sentença de morte por apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério, informou nesta quarta-feira (8) o Ministério de Relações Exteriores do país. “O veredicto sobre o caso extramarital foi suspenso e está sendo revisto, disse Ramin Mehmanparast, porta-voz da chancelaria, à TV estatal Press TV.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputada Iriny Lopes (PT-ES), elogiou a decisão das autoridades iranianas e afirmou que a expectativa da comunidade internacional agora é de que a suspensão da sentença seja definitiva. “Conseguimos um grande avanço com a suspensão e a revisão desta pena brutal. Isso é um sinal extremamente positivo de que o Estado e o sistema religioso do Irã estão sensíveis ao clamor internacional pela vida”, afirmou Iriny.
A deputada disse que o Congresso Nacional e o Governo brasileiro vão continuar acompanhado os desdobramentos desse caso. “Estaremos atentos e vamos nos manifestar contra qualquer decisão diferente daquela que respeite os direitos humanos”, ressaltou.
A decisão foi comemorada pela deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), coordenadora da Bancada Feminina no Congresso Nacional. “Foi uma grande vitória das mulheres a suspensão desta pena tão hedionda. Como é bom saber que as autoridades iranianas decidiram rever a sentença que determinava a morte de Sakineh, e de uma forma tão bárbara, como o apedrejamento”, afirmou. Ela disse que a manifestação do mundo em favor de Sakineh não foi para evitar a sua condenação.
“O que todos esperam é um julgamento e uma sentença justa”.
Na avaliação da deputada Janete Pietá, a interferência democrática de vários países, principalmente do Brasil, foram determinantes para que as autoridades iranianas decidissem pela revisão da sentença. “Aproveito para parabenizar a diplomacia brasileira e o presidente Lula que, inclusive, ofereceu asilo à Sakineh. Essa vitória é o resultado de todo esse esforço diplomático para garantir o respeito aos direitos humanos em todo o mundo”, finalizou.
Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Primeiramente a pena foi de 99 chibatadas, depois convertida em morte por apedrejamento e, posteriormente, em enforcamento.
O Brasil ofereceu asilo a ela, e o Vaticano se manifestou contra o castigo “brutal”.
Vãnia com agências