Único representante da Câmara no 2º Encontro Mundial de Movimentos Populares, realizado entre os dias 7 a 9 de julho, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o deputado Marcon (PT-RS) registrou na tribuna, nesta terça-feira (14), suas impressões sobre o evento e, particularmente, sobre a participação e as declarações do papa Francisco.
Marcon, que iniciou sua trajetória política na Pastoral da Juventude da Igreja Católica, foi convidado pela Via Campesina, assim como o deputado estadual Edegar Pretto (PT-RS), filho do ex-deputado federal petista Adão Pretto. “A troca de experiência com outros Movimentos Sociais da América Latina e com o Papa Francisco defendendo a mãe Terra, foi muito válida, voltamos mais fortes, mais unidos e com ideias renovadoras para seguirmos lutando por um mundo melhor,” explicou Marcon, que cumprimentou o papa pessoalmente.
Em seu discurso, Francisco chamou o capitalismo de “ditadura sutil” e condenou a “lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social”. O papa criticou ainda os grandes grupos de mídia, que geram um “colonialismo ideológico” e pretendem impor “padrões alienantes de consumo e certa uniformidade cultural”.
Deputados petistas elogiaram as afirmações e a liderança carismática do papa. “Além da generosidade e do carisma do papa Francisco, ficamos felizes também com as ideias que ele vem promovendo e que vem ao encontro daquilo que defendemos no PT e no exercício parlamentar: a reforma agrária, a cultura da paz e do diálogo, o multiculturalismo e até mesmo a democratização da comunicação”, disse o deputado Enio Verri (PT-PR).
“Em momento de tantas hipocrisias e meias verdades, é um alento ver o dirigente máximo dos católicos denunciar o novo colonialismo, denunciar a influência das empresas transnacionais ao subordinarem as economias locais e o monopólio dos meios de comunicação”, registrou o deputado Caetano (PT-BA) em pronunciamento na tribuna.
Os movimentos sociais entregaram ao papa Francisco a Carta de Santa Cruz, que defende a promoção da Reforma Agrária integral, com a distribuição de terra de forma justa e equitativa. A carta está disponível no site do MST
PT na Câmara