O deputado Leo de Brito (PT-AC) rechaçou veementemente, durante acareação realizada pela CPI da Petrobras nesta terça-feira (25), as tentativas da oposição em relacionar os nomes do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff à operação Lava Jato. Ele mostrou que até mesmo os delatores quanto vão falar desse tema são vagos, imprecisos e se baseiam tão somente em ilações, sem apresentar provas ou situações concretas. A acareação ocorreu entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.
Para reforçar seu argumento, Leo de Brito fez uma retrospectiva dos trabalhos da operação Lava-Jato, sem que nada de concreto incrimine Lula ou Dilma: “Até o dia 12 de agosto, a Lava-Jato já teve 716 procedimentos instaurados, 356 buscas e apreensões, 86 conduções coercitivas, 105 mandados de prisão, 53 pedidos de cooperação internacional, 28 acordos de delação, 31 acusações criminais contra 143 pessoas e condenações que vão da ordem de 225 anos, 3 meses e 25 dias. Sabem quantas provas foram carreadas em relação à responsabilidade de Lula ou Dilma? Nenhuma!”.
O petista ressaltou que o fundamental é que o trabalho da CPI não seja seletivo, que não utilize “dois pesos e duas medidas” para centrar foco apenas em um viés investigatório em detrimento a uma infinidade de outros fatos de corrupção. “Quero saber aonde foram parar os R$ 10 milhões que foram dados, segundo Paulo Roberto Costa, para barrar a CPI da Petrobras. Uma pergunta que tem que ser feita é por que queriam barrar a CPI da Petrobras”, cobrou Leo de Brito.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) reforçou esses argumentos, mostrando que o PSDB e o DEM se esforçaram ao longo de seus governos em abafar as operações de investigação. Ele cobrou um mínimo de coerência dos parlamentares para que a CPI da Petrobras tenha alguma credibilidade.
“O PSDB e o DEM tratam os brasileiros como se fossem uma população sem memória, como se não conhecessem a história do Brasil e não soubessem quem eles são. Sabemos o que vocês fizeram no verão passado. Vamos investigar a fundo todas as irregularidades, mas não vamos aceitar o PSDB e o DEM como parâmetros de conduta ética na gestão da coisa pública, porque eles não são”, acusou Pimenta.
Paulo Pimenta insistiu ainda na necessidade de extirpar a investigação seletiva posta em prática até o momento na CPI. “Parto do pressuposto que delação premiada não é prova, mas é indicio que tem que ser investigado. A pergunta que faço é por que o Aécio não está sendo investigado, já que vários parlamentares estão sendo, pois Youssef e Paulo Roberto disseram que eles receberam propina. E se o Youssef está dizendo que José Janene disse que Aécio recebeu dinheiro de Furnas, por que razão Aécio não é investigado?”, questionou Pimenta.
PT na Câmara
Foto: Luis Macedo/Agência Câmara