Petistas denunciam interesses escusos camuflados na manobra do golpe

JorgeLuizMarcon

Vários deputados do PT criticaram no plenário da Câmara nesta quinta-feira (14) a tentativa de golpe contra o mandato conquistado nas urnas pela presidenta Dilma Rousseff e denunciaram os interesses escusos camuflados nessa manobra. Os parlamentares também esclareceram que são inexistentes os motivos alegados para se votar o impeachment da presidenta, e que a real intenção dos golpistas é chegar ao poder sem passar pelo voto.

Ao relembrar os fatos políticos da história brasileira, o deputado Jorge Solla (PT-BA) destacou que apenas três presidentes concluíram os mandatos: Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Os demais, ele ressaltou, foram derrubados por manobras golpistas.

“Agora, mais uma vez, uma nova tentativa de golpe está em curso no Brasil. E agora já dá para desenhar a estratégia toda, já está tudo visível. Tentaram ganhar a eleição em 2014, e, mais uma vez, foram derrotados pelo povo. Foi a quarta derrota consecutiva”, destacou o petista ao se referir às derrotas dos candidatos tucanos José Serra (2002), Geraldo Alckmin (2006), José Serra (2010) e Aécio Neves (2014).

Ele relembrou que a construção do golpe começou logo após a divulgação do resultado final das eleições, com o questionamento sobre supostas violações do sistema eletrônico de votação. Como essas tentativas fracassaram, por absoluta falta de provas, Solla aponta que a oposição escolheu outro modelo de golpe já adotado em outros países nas Américas.

“Para quem não sabe, esse modelo foi iniciado em Honduras, com a deposição, no Congresso, do Presidente Manuel Zelaya. Foi dado seguimento no Paraguai com o golpe contra o Presidente Fernando Lugo, e, agora, querem dar esse golpe aqui no Brasil”, apontou.

Mas diferentemente desses países, o parlamentar destacou que o Brasil “tem partidos fortes, tem a esquerda, tem movimento sindical estruturado e uma sociedade civil plural e preparada para fazer resistência do golpe”.

Ao também analisar o processo de afastamento da presidenta em curso na Câmara, o deputado Luiz Couto (PT-PB) ressaltou que o inconformismo com a derrota levou a oposição a criar um movimento “com o apoio da mídia e do judiciário” para fazer o cidadão pensar que “todos os problemas do país são culpa da Presidenta Dilma ou do PT”.

Sobre o impeachment, o parlamentar paraibano disse que é golpe porque a presidenta Dilma não cometeu crime.

“Nós chamamos de golpe por uma razão muito simples e capaz de ser entendida por qualquer criança. A Constituição prevê a possibilidade de afastar um presidente ou uma presidenta do cargo se ele ou ela cometer um crime. Dilma não cometeu crime, mas acusaram-na de ter feito pedaladas fiscais, que foram feitas por Fernando Henrique Cardoso e por Lula e por quase todos os Governadores e Prefeitos, sem maiores problemas, num passado muito recente de nosso país. Então, se não há crime, caros colegas e cidadãos brasileiros, o que há é um golpe”, afirmou.

Retrocessos– O deputado Marcon (PT-RS) denunciou ainda que a farsa montada para derrubar a presidenta Dilma também esconde a intenção de colocar em prática medidas contrária ao interesse da classe trabalhadora brasileira.

“Os golpistas desejam a todo custo retirar dos trabalhadores brasileiros, os direitos trabalhistas e sociais que foram conquistados com muito suor. E para isso querem assumir o poder para acabar com os movimentos sociais, como o movimento dos trabalhadores sem terra, movimento da luta pela moradia, movimento dos pequenos agricultores, movimento dos trabalhadores do campo, entre outros”, alertou o petista.

 

Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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www.flickr.com/ptnacamara

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