Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Maria Lúcia Prandi (PT-SP) manifestaram nesta quinta-feira (8) apoio à redução no valor dos medicamentos para o tratamento das hepatites virais, principalmente a Hepatite C. As manifestações ocorreram durante audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família, presidida pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que discutiu a questão das Hepatites Virais no Brasil.
Durante o debate, representantes de organizações não governamentais e de entidades médicas também reivindicaram a implementação de uma política nacional, nos moldes da política de tratamento aos portadores do vírus HIV/Aids, para os pacientes com Hepatites virais no País. Nesse caso, foi discutida inclusive a possibilidade da quebra de patentes por conta do alto custo dos medicamentos de última geração existentes no mercado.
“Sabemos da dificuldade de financiamento (da saúde), principalmente por causa da retirada da CPMF que causou prejuízo de quase 20 bilhões ao setor. Mas temos que aproveitar esse momento em que o ministério da Saúde se mostra aberto a buscar solução para o problema”, disse Maria Lúcia Prandi.
Além de defender a quebra de patentes, o deputado Paulo Teixeira sugeriu ainda que, para baratear o acesso aos medicamentos de última geração, “o governo investigue se existe abuso do poder econômico na composição do preço”.
Para o médico-infectologista Edvaldo Araújo, diretor-técnico do Grupo Esperança (SP), o Estado deve adotar a mesma política usada para os portadores de AIDS no tratamento aos infectados pelas hepatites virais, principalmente a Hepatite C. “No passado, a Aids era uma doença mortal, mas hoje é apenas uma doença crônica, se for devidamente tratada. E isso, graças às ações adotadas pelo Estado brasileiro, que garantem a longevidade dos infectados”, afirmou.
Segundo o infectologista, já existem medicamentos de última geração que curam a hepatite C, por exemplo, entre 6 a 12 semanas. “Mas ainda são caríssimos”, destacou. Segundo ele, também é importante uma campanha para alertar sobre os riscos da Hepatite C, que pode apresentar sintomas após 30 a 40 anos de contágio. Nesse caso, Araújo disse que a doença pode evoluir para uma cirrose ou câncer de fígado.
O ministério da Saúde estima que três milhões de brasileiros estejam infectados, mas ainda não sabem.
Governo – A coordenadora-geral de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Elisa Cattapan, disse que o governo tem agilizado, desde setembro de 2013, a liberação e distribuição de medicamentos para os postos de saúde e hospitais públicos.
Elisa afirmou ainda que o ministério já prepara um manual de treinamento para identificação de novos casos de hepatites nas redes básicas de saúde e também para que as equipes de saúde da família apliquem testes em regiões mais longínquas do País.
O deputado Ságuas Moraes (PT-MT) também participou do debate.
Héber Carvalho