Vários parlamentares petistas rechaçaram, em discursos no plenário da Câmara, na terça-feira (19), as declarações do general do Exército Antônio Hamilton Mourão, que defendeu uma intervenção militar no País. Durante palestra em um evento da Maçonaria, em Brasília- na última sexta-feira (15) – Mourão disse que os militares poderiam intervir para solucionar a crise política existente no país.
“Não é possível, no dia de hoje, este Parlamento silenciar diante do pronunciamento do General Antônio Hamilton Mourão, que, diante da crise, defende a ditadura e a intervenção militar. Os democratas desta Casa têm que manifestar aberta e publicamente o repúdio, o rechaço e a indignação em nome da democracia conquistada a duras penas pelo povo brasileiro e recuperar, diante de um golpe parlamentar, o direito do povo eleger os seus representantes, eleger o Presidente da República, sem retrocesso, sem ditadura nem intervenção militar”, destacou o deputado Pedro Uczai (PT-SC).
Na mesma linha, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também considerou grave as declarações do general. Segundo ela, um país que já vive em um estado de exceção e que convive com a entrega de suas riquezas ao capital estrangeiro não aguenta mais outro golpe.
“E é preciso, Sr. Presidente, deixar muito claro de que as Forças Nacionais brasileiras, como o Exército Brasileiro, têm uma nobre função, que é de guardar a nossa fronteira, de guardar o Brasil da invasão estrangeiro”, explicou.
Para complementar, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) disse que apesar da quebra de hierarquia ao pregar um golpe, o general Mourão não dispõe de apoio para implementar essa ação.
“O que nos tranquiliza é que o Comandante do Exército brasileiro, General Villas Bôas, tem o respeito desta Casa, do Parlamento, é um democrata, um intelectual, defensor da democracia. E quem desrespeita o Exército brasileiro é o General Mourão ao defender uma intervenção militar, porque ele quebra a hierarquia, avança do sinal, desrespeita o seu próprio comandante.
Héber Carvalho