Os deputados do PT, Carlos Zarattini (SP) e Luiz Alberto (BA) criticaram nesta quarta-feira (21) parlamentares da oposição que “fugiram” do debate ao não comparecer no depoimento dado ontem pelo ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, na CPI do Senado que investiga supostas irregularidades na compra da refinaria de Pasadena (Texas). Para os petistas, a ausência revelou o descompromisso e a falta de responsabilidade da oposição, que “quer usar o maior símbolo nacional como disputa eleitoral”.
“Eles montaram o palanque, fugiram e se omitiram do debate. Eles agem de forma desrespeitosa e irresponsável”, criticou Zarattini.
“Lá, nenhum membro da oposição teve coragem de se sentar e fazer algum tipo de pergunta ao ex-presidente da Petrobras. Se eles procuram identificar desvios de recursos na negociação, podem tirar o cavalo da chuva”, completou Luiz Alberto, da tribuna da Câmara.
Para Carlos Zarattini, se a base oposicionista tivesse ouvido o depoimento “claro”, “contundente” e “irrefutável” de José Sérgio Gabrielli, sairia da audiência convencida de que a Petrobras é sucesso nacional e internacional. “O discurso de má gestão e massa falida foi desmontado pelos números apresentados”, disse.
O deputado Luiz Alberto, que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, ao discursar na Câmara também reafirmou a contundência do depoimento do ex-presidente da Petrobras.
“José Sérgio Gabrielli, mais uma vez, afirmou a importância da estratégia desenvolvida pela Petrobras e pelo Governo brasileiro ao procurar ingressar no mercado internacional de refino. Essa estratégia foi definida lá atrás, em 1997, 1998 e 1999, no Governo Fernando Henrique Cardoso e continuou no nosso Governo”, lembrou Luiz Alberto.
Para Luiz Alberto, o prêmio recebido pela Refinaria de Pasadena (pivô da investigação), no último dia 15 de maio, derrubou o argumento daqueles que insistem em dizer que a compra da refinaria foi um mau negócio.
“A premiação de Pasadena como a melhor refinaria dos Estados Unidos pelos refinadores daquele país, em procedimentos de meio ambiente e segurança industrial, é um dado muito importante para calar a boca daqueles que dizem que esta negociação deu prejuízo ao erário público”, observou o petista.
Pasadena – “Os dados apresentados pelo Gabrielli confirmaram que foi, sim, um bom negócio. Aliás, um ótimo negócio, quando foi feita a negociação. Passou por um período turbulento de 2008/2009, quando ocorreu uma das maiores crises financeiras internacionais no mundo inteiro. Nesse período o negócio não teve a rentabilidade necessária, mas que agora passou a ser um ótimo negócio”, reafirmou Luiz Alberto.
Herança de FHC – O deputado lembrou-se da Plataforma P-36 da Petrobras que afundou no período governado pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso como um dos grandes prejuízos que a oposição insiste em esquecer. Ele disse que além dos prejuízos materiais, a queda da plataforma matou trabalhadores da Petrobras.
“Os prejuízos a serem calculados são de mais de R$ 10 bilhões, se somarmos à troca de ativos feita no Governo de Fernando Henrique Cardoso, com a YPF da Argentina, que deu um prejuízo de cerca de R$ 2,5 bilhões”, avaliou.
Para Luiz Alberto, o prejuízo não foi a compra de Pasadena. “Foi o afundamento da P-36 em 2001. Só naquela ação morreram 11 pais de famílias”, lamentou.
Benildes Rodrigues