Parlamentares do PT criticaram nesta sexta-feira a manutenção do embargo econômico e comercial dos Estados Unidos a Cuba. Segundo o vice-presidente do Parlamento do Mercosul, Dr. Rosinha (PT-PR), a política de “asfixia do regime cubano é totalmente anacrônica”, uma vez que Havana deu início a um processo de abertura para o mundo. Para Fernando Ferro (PT-PE), a postura de Washington gera decepção com o presidente Barack Obama, “que se curvou à visão atrasada da direita norte-americana”.
No início desta semana, Obama renovou por mais um ano o embargo à ilha. A chamada Lei de Comércio com o Inimigo vige desde 1917 e proíbe qualquer tipo de intercâmbio com os países considerados uma ameaça aos EUA. Atualmente, só Cuba é afetada.
A questão do embargo será tratada na próxima semana, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 23, em Nova York. Como nos outros anos, o mandatário brasileiro repetirá a condenação à postura dos EUA.
Na opinião de Dr. Rosinha, a manutenção do embargo tem caráter de “retaliação política, já que Cuba não é uma ameaça a nenhum país”. Segundo ele, a postura do Brasil é a mais correta, pois permite atrair Cuba à comunidade internacional, enquanto o governo Obama, de forma “obtusa”, mantém a política de isolamento, que é prejudicial sobretudo para a comunidade interamericana.
Fernando Ferro frisou que a decisão dos EUA vai contra a vontade da maioria dos países das Américas. A Organização dos Estados Americanos (OEA) recentemente decidiu readmitir Cuba, depois de 47 anos. “Além do mais, não se pode concordar com um bloqueio tomado em decorrência de uma decisão soberano do povo cubano, que optou por um outro sistema político e econômico”, completou Ferro.
Equipe Informes
