Petistas criticam corte de mais de 90% em programas do Incra para assentados e sem-terra no orçamento de 2021

Após o golpe de 2016, a população do campo e a Reforma Agrária estão sendo deixados de lado e perdendo cada vez mais recursos. Na proposta de orçamento para 2021, enviada ao Congresso Nacional pelo presidente Jair Bolsonaro, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) teve a verba reduzida a praticamente zero para as principais ações destinadas aos sem-terra e a melhorias dos assentamentos.

De acordo com dados da assessoria da Liderança do PT na Câmara, confirmados pela Folha de S.Paulo, no projeto de lei orçamentária do governo federal para 2021 o orçamento do Incra passou de R$ 3,3 bilhões em 2020 para R$ 3,4 bilhões em 2021, uma elevação de 4%. Porém, desse total 66% (R$ 2,1 bilhões) estão reservados para pagamentos de precatórios, ou seja, dívidas com fazendeiros, um aumento de 22% em relação ao orçamento deste ano.

Enquanto isso, programas importantes para a população do campo foram praticamente dizimados. O valor destinado para a aquisição de terras sofreu uma redução de 94,6%, ficando com irrisórios R$ 668 mil. A Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) foi reduzida 99,9%, tendo sobrado praticamente nada, quase mesmo índice de redução para a educação no campo (99,8%). No caso do reconhecimento de territórios quilombolas a diminuição foi de 89,8% e para a consolidação de assentamentos rurais, a redução foi de 71%.

Balcão para o latifúndio

Para o coordenador do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara, deputado João Daniel (SE), com todos esses cortes no orçamento, o governo Bolsonaro mostra, mais uma vez, seu desprezo com a política agrária no Brasil. “É inaceitável e representa o desrespeito que este governo tem com a política de Reforma Agrária no Brasil. O Incra virou um balcão para o latifúndio”, protestou. O parlamentar se comprometeu a lutar para reverter esses retrocessos.  “Vamos lutar contra esse corte drástico para a população do campo e para a Reforma Agrária”.

Foto: Lula Marques

O deputado Beto Faro (PT-PA), em entrevista para a Folha de S.Paulo, afirmou que “o orçamento proposto é para liquidar, para acabar com qualquer perspectiva de Reforma Agrária no Brasil, para acabar com a instituição Incra. A sociedade e os movimentos sociais do campo têm que fazer uma reação grande agora. E nós, do Parlamento, vamos ter que brigar muito”.

Vale lembrar que durante os governos do ex-presidente Lula e da ex-presidenta Dilma Rousseff, a Reforma Agrária bateu recordes. Foram 77 mil famílias assentadas em 51 milhões de hectares. Foram destinados R$ 6,5 bilhões em crédito para os assentamentos e 349 mil famílias receberam assistência técnica.

Reforma Agrária no escuro

Desde que assumiu o governo em 2019, Bolsonaro paralisou os processos de aquisição, desapropriação ou outra forma de obtenção de terras para a Reforma Agrária, além da identificação e delimitação de territórios quilombolas. Durante a campanha, Bolsonaro chegou a classificar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de grupo terrorista.

O deputado Marcon (PT-RS) afirmou que é uma tragédia o que Bolsonaro faz com a Reforma Agrária e com os assentados e assentadas, além de afrontar a democracia, já que compete a União a função de implantar a Reforma Agrária que está prevista no artigo 184 da Constituição Federal.

“O projeto de Jair Bolsonaro é marginalizar sem-terras, quilombolas, indígenas e pequenos agricultores, responsáveis pela produção de mais de 70% do alimento consumido no País e que na pandemia mostraram sua solidariedade com o povo brasileiro na distribuição de alimentos, diferente do agronegócio que manteve seus caminhões nas garagens”, apontou o parlamentar, que também é integrante do MST.

Aumento da fome

“Trata-se de uma política não só de desmonte da Reforma Agrária, mas também de elevação da fome e do aumento do preço dos alimentos”, alertou o deputado Valmir Assunção (PT-BA). Ele explicou que sem políticas de distribuição de terra e sem fomento para a agricultura familiar, os preços dos alimentos serão diretamente impactados.

“Nessa tendência, o mapa da fome no Brasil, que já é muito preocupante, será extremamente grave. Sem distribuição das terras, sem o cumprimento da Constituição, Bolsonaro direciona o País para uma situação de fome, beneficiando a velha elite ruralista que só produz commoditie”, denunciou.

Foto: Luis Macedo/CD

 

Lorena Vale com informações da Folha de S.Paulo

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100