Os deputados petistas Bohn Gass (RS), Padre João (MG) e Zé Geraldo (PA) criticaram, no plenário da Câmara, nesta semana, a oposição, o juiz Sérgio Moro e setores do Ministério Público e da Polícia Federal pela tentativa de golpear a democracia por meio do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff e por conta dos métodos seletivos utilizados na operação Lava Jato. Os parlamentares também defenderam o ex-presidente Lula da perseguição sofrida por ele nos últimos dias e destacaram a contribuição que daria ao País.
Para Bohn Gass, os partidos de oposição têm apostado na radicalização da crise política para estimular uma convulsão social e assim facilitar a derrubada da presidenta Dilma.
“A oposição, que não gosta muito das urnas — parece-me que o Aécio gosta de Furnas, mas não gosta de urnas —, quer aplicar um golpe porque trabalha para que o Brasil tenha crises, aumentando-as, turbinando-as, e, com o apoio da mídia, seja criada uma convulsão social”, ressaltou.
Segundo ele, a crise também é estimulada pelos métodos ilícitos utilizados pelo juiz Sérgio Moro na condução da operação Lava Jato. Bohn Gass disse que a recente divulgação dos grampos ilegais envolvendo Lula, revela o medo da oposição e do judiciário em relação à competência do ex-presidente.
“Estão preocupados – esse é o debate no País – com o fato de o Lula voltar a estar no Governo, porque, se o Lula voltar ao Governo será reforçada a saída da crise política, que é fundamentalmente provocada para instigar dificuldades e criar convulsão social”, explicou.
O deputado Padre João destacou que o real motivo do ódio contra os governos petistas, é o preconceito contra a ascensão social da população mais pobre do País.
“Eles não toleram, nunca toleraram o Governo Lula e, agora, o Governo Dilma. Nunca toleraram as pessoas saírem do aluguel, porque eles exploraram os pobres no aluguel. Nunca toleraram os jovens na universidade. Eles sempre quiseram que os agricultores familiares ficassem empregados na fazenda, por isso a raiva da maioria dos ruralistas. Eles preferiam ter uma força de trabalho barata. Então, é por tudo isso”, ressaltou.
Já o deputado Zé Geraldo, ao dirigir a palavra aos deputados da oposição presentes ao plenário, denunciou que o objetivo atual da operação Lava Jato não está ligado ao combate à corrupção.
“Qual o objetivo da Lava-Jato? Era e é falir e quebrar a Petrobras e derrubar a Dilma. Esses são os dois principais objetivos. Não conseguiram quebrar a Petrobras. Se tivesse no Governo de vocês (oposição), já estaria quebrada, mas, mesmo nessa crise da baixa do petróleo, com os investimentos, a Petrobras está andando e se estruturando”, afirmou.
Ao final do discurso, o deputado paraense deixou um alerta para os opositores à presidenta Dilma : “Acho que vocês não são loucos de quererem dar um golpe e tirar a Presidenta Dilma de qualquer maneira, porque aí a crise vai começar”, observou.
Héber Carvalho
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