A política internacional do governo Lula e as ações governamentais em defesa dos direitos humanos foram elogiadas por deputados da bancada do PTontem, na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
A comissão ouviu o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, sobre as declarações relacionadas à morte por greve de fome do cubano Orlando Zapata Tamayo, ocorrida durante visita que autoridades brasileiras fizeram a Cuba.
Na audiência, Marco Aurélio disse que a oposição não tem “autoridade” para questionar a política externa do governo brasileiro – em especial a decisão do governo Lula de respeitar medidas adotadas pelo governo de Cuba.
Marco Aurélio explicou que o Brasil não tem a função de “distribuir certificados de boa ou má conduta” para outros países, por isso optou por não realizar “condenações específicas” sobre supostas violações de direitos humanos em Cuba. “O governo brasileiro não fez condenações em relação a violações de direitos humanos nem a Cuba, nem à China, nem aos Estados Unidos, nem à União Européia, nem aos países Árabes ou da América Latina, nos quais existem denúncias de violação”, ressaltou.
O assessor da Presidência da República enfatizou que o governo Lula vem seguindo a postura de governos anteriores e fez questão de ressaltar que durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil optou por não interferir na discussão sobre a violação de direitos humanos em Cuba.
A deputada Iriny Lopes (PT-ES), secretária de Relações Internacionais do partido, elogiou a postura do governo brasileiro e enfatizou que se o Brasil tivesse agido de forma incorreta em Cuba, o caso teria tido repercussão nos organismos internacionais de direitos humanos. “Esses organismos não deixam passar nenhum ato que viole os direitos humanos em nenhum país, no entanto, nenhum organismo fez qualquer advertência ou cobrou qualquer atitude do governo brasileiro, o que significa que agimos corretamente”, afirmou.
Para Iriny, o que se busca com o fato é uma politização do que não é político por se tratar de um ano eleitoral. “Só espero que neste embate não se falte com a verdade”, acrescentou.
Os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Luiz Couto (PT-PB) e Nilson Mourão (PT-AC), também destacaram a importância que o Brasil ganhou com a sua política internacional e elogiaram as ações governamentais em defesa dos direitos humanos. “Quanto se trata de direitos humanos o governo brasileiro tem agido com a firmeza que o tema exige”, afirmou Luiz Couto, destacando que a oposição, que hoje critica as ações do governo Lula em relação ao caso de Cuba, não fez o mesmo quando os Estados Unidos invadiu o Iraque.
Vânia Rodrigues