Parlamentares do PT na Câmara dos Deputados afirmaram, por meio de mensagens no Twitter nesta sexta-feira (2), que caiu por terra mais uma acusação mentirosa contra o ex-presidente Lula, divulgada exaustivamente pela imprensa nos últimos anos, a partir de suspeitas levantadas pela Lava Jato e pela Polícia Federal. Os petistas se referiram especialmente à matéria da Revista Veja, divulgada hoje, que revela que a juíza Gabriela Hardt – que substituiu Sérgio Moro na Justiça Federal do Paraná – reconheceu em sentença do último dia 24 de setembro a legalidade das 23 palestras proferidas pelo ex-presidente Lula entre 2011 e 2015, no exterior, após ter deixado a presidência da República.
Desde 2015, a força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná investigava as palestras realizadas por Lula. Os procuradores sustentavam que o valor para o pagamento das palestras seria de origem ilícita, uma espécie de propina paga pelas construtoras investigadas pela Lava Jato. Depois de cinco anos, em sentença proferida no dia 24 de setembro, a magistrada responsável pelo caso afirmou que a Polícia Federal não encontrou indícios de que os pagamentos pelas palestras foram feitos com dinheiro de origem ilícita, como desconfiava o MPF. “Não houve comprovação de que os valores bloqueados possuem origem ilícita. Deve-se presumir sua licitude”, disse Gabriela Hardt em sua decisão.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que a comprovação da inocência de Lula nesta acusação, e em outras, confirmam cada vez mais o esquema criado pela Lava Jato e pelo ex-juiz Sérgio Moro para criminalizar o ex-presidente Lula.
“Precisamos esperar 5 anos, mas taí, a justiça tarda mas não falha. Está desmontada mais uma tese de (Deltan) Dallagnol e (Sérgio) Moro que armaram uma tramoia jurídica contra Lula. Agora cabe ao STF votar a suspeição desse ex-juizeco e Lula reaver seus direitos políticos”, afirmou.
Ao retuitar a matéria da Veja sobre a decisão judicial que inocentou Lula, o líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), cobrou que outros veículos de comunicação que difundiram a falsa acusação também divulguem a decisão que inocenta o ex-presidente. “Depois de cinco anos de linchamento, a Globo vai dar espaço pra essa notícia?”, indagou. Na mesma linha, o deputado Carlos Veras (PT-PE) escreveu que “a verdade deveria ganhar o mesmo espaço que foi dado à difamação”.
O líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) e os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Marcon (PT-RS) também retuitaram a matéria da Veja sobre a decisão judicial que reconhece a inocência de Lula.
Falsas acusações
Já o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), postou um vídeo no Twitter onde recordou os ataques desferidos ao ex-presidente Lula, a sua falecida esposa Dona Marisa Letícia e também a sua família, por conta das falsas acusações relativas as palestras. Segundo ele, essa falsa acusação, assim como outras, também prejudicaram o PT, e precisam ser reparadas.
“E agora, qual é o problema? Já passaram as eleições, Lula foi criminalizado, perseguido, e o prejuízo que foi causado a imagem do Lula, do PT, e dos candidatos do partido? Todos nós fomos atingidos por essa safadeza. Vai ficar tudo por isso mesmo? Como se nada tivesse acontecido?”, indagou.
O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) lembrou que o próprio ex-presidente Lula já havia apresentado provas da legalidade das palestras. “Em outubro de 2016 o Lula já tinha publicado o relatório de todas as palestras que deu. Até antes, na verdade. E elas eram avisadas com antecedência para toda a imprensa. A Veja preferiu esconder a verdade esse tempo todo só pra não desmentir os picaretas Sérgio Moro e Deltan Dallagnol”, acusou.
E a deputada Maria do Rosário (PT-RS) reforçou: “Mais uma prova da inocência de Lula vem à tona. Depois de cinco anos de perseguição, a PF e o MPF não conseguiram provar nenhuma das acusações inventadas em torno das palestras que Lula fez ao redor do mundo, e tiveram que arquivar o caso”.
Héber Carvalho