Os deputados Nilto Tatto (PT-SP), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, e Padre João (PT-MG) cobraram em pronunciamento no plenário da Câmara providências urgentes para auxiliar os atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana (MG). Os parlamentares denunciaram que, mesmo após dois anos da tragédia, ainda não ocorreu o pagamento da indenização e a construção das novas moradias dos atingidos e nem a recuperação do Rio Doce. No rompimento da barragem 19 pessoas morreram e dezenas de famílias perderam suas casas.
“Nesses dois anos, o que se fez? Criou-se uma fundação (a Renova) ligada à principal empresa mineradora, que é a Vale, que é quem manda na Samarco. Até agora as famílias, tanto das vítimas como também daquelas que foram impactadas pelo rompimento da barragem, não receberam indenização, nem começou o processo de recuperação do Rio Doce”, ressaltou Tatto.
Já o deputado Padre João culpou principalmente as empresas responsáveis pela barragem do Fundão- a Samarco, a Vale e a BHP Billiton- pelas dificuldades enfrentadas pelos atingidos pela tragédia.
“Dois anos se passaram e nenhuma casa construída! E os moradores da antiga Bento Rodrigues estão espalhados pela cidade em hotéis, em imóveis alugados, o que é um desrespeito enorme!”, denunciou. O parlamentar mineiro disse ainda que os pescadores e agricultores também enfrentam dificuldades de sobrevivência por conta da poluição causada ao Rio Doce.
“Os pescadores não têm a atividade para garantir o sustento deles, os próprios agricultores familiares. Nós ainda temos centenas e centenas de atingidos por esse crime que sequer é reconhecido pela Samarco, pela Vale e pela BHP Billiton”, lamentou Padre João.
Justiça– Além das empresas, o petista ressaltou ainda que a Justiça Federal também tem responsabilidade na perpetuação da injustiça contra as famílias afetadas pelo rompimento da represa.
“É lamentável quando a Justiça Federal tenta inocentar, quando suspende todo o processo, de certa forma assumindo um lado, que é o lado dos criminosos, deixando familiares, centenas e centenas de famílias totalmente refém de uma atividade predatória”, finalizou.
Héber Carvalho