Deputados da Bancada do PT na Câmara se revezaram na tribuna nesta segunda-feira (28) para afirmar que o “Brasil exige a demissão de Pedro Parente”. Há oito dias uma greve de caminhoneiros parou o Brasil contra o preço do óleo diesel que sobe todos os dias, em decorrência da política equivocada da Petrobras, que segue o mercado internacional. “Só um governo fraco manteria o Pedro Parente na presidência da Petrobras”, afirmou a deputada Benedita Lula da Silva (PT-RJ). [Veja também o discurso no vídeo https://bit.ly/2kvm2eF]
“Nós vimos aí o movimento dos caminhoneiros que parou este País. Nós vimos que a balança do governo golpista está sendo colocada em xeque, a política econômica entreguista também, assim como a subordinação da Petrobras ao Pedro Parente e aos investidores estrangeiros”, criticou.
O Brasil, reforçou Benedita, exige a demissão de Pedro Parente, e “nós queremos o resgate da Petrobras”. Ela disse que não se pode aceitar o que está passando este País na mão de um governo incompetente, de um governo golpista, que não respeita trabalhadores e trabalhadoras e que estão entregando o País na mão do capital estrangeiro. “Por que não tira o Pedro Parente? Tem que ter coragem. Um governo que não tem autoridade fica deixando o Pedro Parente lascar com a vida do povo brasileiro. Isso não pode continuar”, protestou.
A deputada Margarida Lula Salomão (PT-MG) afirmou que nunca, no passado recente do Brasil, nós vivemos um caos tão completo. “E olhem que nós podemos falar sobre isso com muita segurança, porque o século XXI começou sob ventos promissores. Os 14 anos de governo do PT não tiveram nunca um caos, uma desordem, uma baderna, filha da irresponsabilidade e da incompetência, como essa que nós estamos vivendo nesse momento”.
Para Margarida Salomão é errado dizer que o colapso está nas estradas. “Ele está dentro de casa, no preço do gás de cozinha. Ele está na dificuldade de mobilidade das pessoas, no preço da gasolina. Ele está no preço do diesel. Desde que se iniciou o Governo Temer, o diesel já subiu 216 vezes”, explicou.
A parlamentar do PT mineiro se solidarizou com os caminhoneiros e aos brasileiros que estão sofrendo “pela irresponsabilidade” de Pedro Parente na gestão da Petrobras. “Aliás, eu fico horrorizada que este senhor Pedro Parente tenha voltado. Ele foi o piloto do apagão de 2001. Ele apagou o País e agora volta a paralisá-lo com esse extraordinário apagão logístico em que nós vivemos nos últimos dias”, lamentou, pedindo a saída imediata de Parente da estatal.
O deputado Ságuas Moraes (PT-MT) também pediu, da tribuna, a saída de Pedro Parente. Ele explicou que a política do governo golpista e de Pedro Parente é exportar o óleo cru, e depois comprar o diesel e a gasolina refinados. “Ou seja, são as multinacionais que estão ganhando com isso. A maioria desse refino vem dos Estados Unidos, enquanto as refinarias daqui estão com a sua capacidade instalada ociosa, não está acontecendo o refino do petróleo aqui para que a gente possa encher a barriga dos americanos, para garantir que as petroleiras internacionais possam ficar cada vez mais ricas”, protestou.
Na comparação das políticas de preços de combustível adotadas pelos últimos governos, Saguas citou que no governo FHC, o petróleo subiu 170% em 8 anos, no governo Lula e Dilma, em 13 anos, subiu 28% e, no governo Michel Temer, em apenas 2 anos, já subiu 69%.
Saguas Moraes ainda ironizou: “Pedro Parente, devemos lembrar, foi o responsável pelo apagão no governo Fernando Henrique. Ele parece que tem problema com a energia: foi o apagão da luz elétrica e agora é o apagão do petróleo. Esse homem visa, exclusivamente, a atender o mercado. Portanto, queremos que ele seja retirado da Petrobras o mais rápido possível”, defendeu.
Também da tribuna, o deputado Luiz Lula Couto (PT-PB) pediu a saída de Pedro Parente e se solidarizou com os caminhoneiros. “A política de preços do petróleo, atrelados ao mercado internacional, geraram aumento quase diários e tornam inviável o sustento do profissional, pois o valor do frete não cobre os reajustes”, afirmou. Para Luiz Couto, a política de preços para o diesel, a gasolina e outros derivados do petróleo, estabelecida pela direção da estatal em meados do ano passado, é particularmente danosa para os caminhoneiros, “mas prejudica também os agricultores, outros ramos da economia e os consumidores em geral”.
Vânia Rodrigues