Petistas celebram Dia do Agricultor e repudiam propaganda de Bolsonaro que liga agricultores a pistoleiros

Site do PT

Parlamentares do PT na Câmara comemoraram hoje (28) o Dia do Agricultor e ao mesmo tempo repudiaram o governo Bolsonaro por aproveitar a data para fazer propaganda de sua criminosa política de disseminação de armas. Em post nas redes sociais, por meio da Secom, foi publicada uma imagem de um “caçador” da África do Sul com um rifle nas costas, como se fosse agricultor.

A mensagem – nada subliminar – enviada, na verdade, é uma ameaça aos trabalhadores rurais e permaneceu no ar por apenas algumas horas, o que gerou maciços protestos nas redes sociais e publicações na mídia comercial.

Arte: PT na Câmara

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), comentou no twitter: “Hoje é dia de homenagear os trabalhadores(as) que produzem e preservam as nossas terras, levando comida pra mesa do povo. Ao contrário do jagunço da propaganda de Bolsonaro, os agricultores não querem violência, querem ver o brasileiro comendo. Um viva aos produtores rurais!”

Governo da morte

Paulo Pimenta disse que Bolsonaro, ao usar a foto, “promoveu a barbárie”. Segundo o parlamentar, “a ilustração de um produtor rural ostentando uma arma como homenagem ao dia do agricultor é um escárnio. Desde quando quem produz alimentos deve ser homenageado com uma ilustração que remete a morte?”

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) denunciou que o governo Bolsonaro “gastou R$ 3 mil do povo brasileiro para comprar uma imagem na internet de um caçador, para dizer que é um agricultor e incitar a violência no campo.” No twitter, ele postou uma foto de Lula com agricultores familiares, “ um “post” bem mais barato e verdadeiro.”

Milicianos e jagunços

Rogério Correia (PT-MG) escreveu no twitter: “No dia do agricultor governo faz homenagem às armas e não ao homem ou mulher do campo. Homenageia a bala e não o produto da terra que sustenta nosso povo e o País. Bolsonaro gosta mesmo é de milícia!”

Padre João (PT-MG) qualificou a postagem do governo Bolsonaro como um verdadeiro “absurdo” e elogiou o papel da agricultura familiar para a sociedade brasileira. “Nossa homenagem ao trabalhador(a) rural, ao agricultor familiar, que coloca 70% dos alimentos na mesa dos brasileiros. Alimento saudável, bem livre de veneno, de agrotóxicos. É saúde e bem estar para o nosso povo. É humildade e compromisso com a segurança alimentar e nutricional”

Alimento na mesa dos brasileiros

O deputado Pedro Uczai (PT-SC) fez um comentário em nome do Núcleo Agrário do PT em celebração à data. “Parabenizamos os milhões de agricultores (as) familiares e camponeses do País que são os responsáveis por 70% dos alimentos que chegam na mesa dos brasileiros todos os dias”.

O deputado Afonso Florence (PT-BA) também parabenizou os agricultores e agricultoras lembrando do seu papel na alimentação do dia a dia do povo brasileiro, enquanto Zeca Dirceu (PT-PR) observou que no Paraná a data foi marcada por doação de 48 toneladas de alimentos, “mais uma prova de que é o pequeno produtor que coloca alimento em nossas mesas, dando exemplo de solidariedade”.

Campo esquecido

Enio Verri escreveu: “Quanto ao governo federal, não adianta publicar foto para causar polêmica com o #diadoagricultor e cortar ou vetar todas as propostas de amparo ou de incentivo à agricultura familiar que aprovamos na Câmara. O campo não vai esquecer disso”.

Odair Cunha (PT-MG) sublinhou que se trata de um verdadeiro “absurdo” a postagem de Bolsonaro. Para o deputado, se o presidente “se preocupasse com os agricultores, não os teria excluído do auxílio emergencial pra começo de conversa. Essa propaganda bizarra é mais uma prova do quão violento e desconectado com o povo esse desgoverno é”.

 

Arte: PT na Câmara

Escalada armamentista

A escalada armamentista do bolsonarismo atinge números cada vez mais preocupantes, ano após ano. Recentemente, o 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quinta-feira (15), revelou que em dezembro de 2020 foi atingida a marca de 2.077.126 armas legais particulares pelo Brasil.

No campo, o reflexo da política armamentista do governo resultou na invasão de terras de 81.225 famílias em 2020, o maior número deste tipo de violência já registrado em estudo da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Desse universo, 71,8% são famílias indígenas, ameaçadas por grileiros, madeireiros e pelo garimpo ilegal, com incentivo de autoridades do próprio governo.

Violência aumentou no campo

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou no último dia 31 de maio os números do relatório Violência no Campo 2020, um levantamento com os registros de todas as ocorrências de conflitos registrados durante o ano passado nas zonas rurais do Brasil. De acordo com a CPT, os episódios de violência nunca foram tão altos e os números são os maiores dos últimos 35 anos.

De acordo com o estuado da CPT, foram registradas 2.054 ocorrências em 2020, um aumento de 8% em relação a 2019. Esse é o maior número de ocorrências de conflitos no campo já registrado pela organização desde 1985. Foram 914.144 pessoas envolvidas em conflitos ano passado, um aumento de 2% em relação ao ano anterior.

Os conflitos no campo tiveram um grande aumento nos últimos dois anos. Segundo a CPT, 2020 teve um aumento de 25% no número de registros em relação a 2019, que já havia registrado um aumento de 26% em relação a 2018. O número de conflitos por dia, que era de 2,74 em 2018, passou para 3,45 em 2019 e 4,31 em 2020, de acordo com o levantamento.

Governo ataca a agricultura familiar

Além do elogio ao “pistoleiro”, a postagem mente sobre a situação da agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos produzidos no país. Segundo o presidente da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides dos Santos, a atual situação de abandono da agricultura familiar e da volta da fome é fruto do golpe que derrubou a então presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Na última segunda-feira, 26, parlamentares da Bancada do PT na Câmara e dirigentes de entidades e movimentos sociais da agricultura familiar afirmaram durante debate na tvPT, no canal do Youtube e Facebook PT na Câmara, que o governo Bolsonaro é o grande responsável pelas dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar do País e pela volta do Brasil ao Mapa da Fome.

Na abertura do programa, Bohn Gass destacou que o atual cenário de abandono da agricultura familiar no País contrasta com os tempos em que o PT governou o País. “O Brasil já viveu um momento nos governos de Lula e Dilma, em que o País foi tirado do Mapa da Fome, com combate à pobreza e à miséria. Infelizmente voltamos a ter no Brasil gente passando fome, mesmo tendo um espaço tão maravilhoso de produção de alimentos”, lamentou.

A secretária Nacional Agrária do PT, Elisângela Araújo, ressaltou que a agricultura familiar tem capacidade de produzir e fornecer alimentos de qualidade a todo o povo brasileiro. “Vivemos um momento complexo de desmonte das políticas públicas para a agricultura familiar, mas a população do campo, das águas e das florestas tem demonstrado capacidade de produzir alimentos conservando as nossas riquezas naturais e a biodiversidade”, observou.

 

Redação PT na Câmara com PT Nacional

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