Foto: Gustavo Bezerra
Por iniciativa da deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara realizou, nesta quinta-feira (4), sessão de homenagem aos onze anos do acordo que pôs fim à guerra civil em Angola.
Independente desde 1975, quando se libertou da condição de colônia de Portugal, Angola passou quase três décadas envolta em conflitos armados pelo controle do território. Apenas no dia 4 de abril de 2002 – tornado o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional – chegou-se a um acordo que permitiu a pacificação do país, que é o sétimo maior em extensão do continente africano.
“É uma grande honra para todos nós estarmos aqui para celebrar os onze anos deste acordo que possibilitou a paz e o desenvolvimento de Angola, país com o qual o Brasil possui laços históricos e sociais muito fortes e presentes na nossa cultura e no nosso cotidiano”, disse Janete Rocha Pietá.
O deputado Luiz Alberto (PT-BA) lembrou o passado de luta contra o colonialismo, comum a tantos países africanos e fez um paralelo com a luta pela igualdade racial no Brasil.
“Sou de uma geração muito marcada pelas lutas de libertação da dominação colonial na África, especialmente de países de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde e outros. Aquelas lutas e as ações de lutadores como Agostinho Neto, Samora Machel, Patrice Lumumba, entre outros, influenciaram muito a nossa luta contra o racismo aqui no Brasil. Fico bastante feliz de ver que hoje Angola é uma referência de caminho para o desenvolvimento e de democracia”, declarou Luiz Alberto, que é o representante brasileiro no Congresso Pan-Africano.
Representando o Itamaraty na sessão, o embaixador Paulo Cordeiro de Andrade destacou os vínculos do Brasil com Angola e com a África, bem como algumas conquistas obtidas pelo país, a partir da pacificação. “A África é talvez uma mãe da nação brasileira e o Brasil se orgulha muito destas raízes africanas. Nestes onze anos de paz, Angola avançou muito em termos de desenvolvimento humano, aumentando a expectativa de vida de 41 para 52 anos e mais que decuplicou o número de estudantes universitários. Isso tudo mostra o quanto a paz é importante”, ilustrou o diplomata.
Com um discurso otimista e orgulhoso, o embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, ressaltou a confiança que os angolanos possuem na construção de um futuro promissor. “A paz é uma das maiores conquista de Angola em toda a sua existência e se trata de um processo longo e de grande aprendizado. A guerra faz parte de um triste passado e estamos decididos a caminhar com confiança no futuro”, afirmou Cosme.
Prestigiaram a homenagem embaixadores e representantes de diversos países, de todos os continentes.
Rogério Tomaz Jr.
