Petistas acusam governo Temer de mentir em propaganda sobre Reforma da Previdência

Os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Pepe Vargas (PT-RS) acusaram o governo Temer de mentir para a população nas campanhas veiculadas nos meios de comunicação sobre supostos efeitos positivos da Reforma da Previdência. Segundo os parlamentares, ao contrário do que afirmam as peças publicitárias do governo, “não há combate a privilégio algum, mas apenas ataques aos direitos dos trabalhadores”.

Foto: Gustavo Bezerra

“O governo está usando dinheiro público para mentir à população na propaganda criminosa que faz nos meios de comunicação. Estão usando a técnica de dizer que essa reforma combate privilégios. Mas não dizem que os brasileiros que ganham mil, dois mil ou três mil reais, terão com a proposta de Temer cortes de até 20%, 30%, 40% e até 50% em suas aposentadorias”, observou Fontana.

Segundo Fontana, se no cálculo atual para obter a aposentadoria as menores contribuições não são consideradas para compor a média das contribuições, pela reforma de Temer todas serão levadas em consideração. “Só aí a aposentadoria será cortada em 10%, 20%. Então, um trabalhador que ganha 2,5 mil reais tem que perder essa renda na aposentadoria porque é um privilegiado? ”, indagou.

Ainda de acordo com Fontana, outra prova de que a reforma poderá reduzir o valor da aposentadoria dos trabalhadores é o cálculo do tempo para compor o valor do benefício. Ele observou que ao aumentar para 40 anos o tempo mínimo de contribuição para garantir o valor integral da aposentadoria, muitos trabalhadores não vão conseguir cumprir a exigência.

“O governo tenta enganar a população ao dizer que os trabalhadores poderão se aposentar com apenas 15 anos de contribuição, mas não diz que esse mesmo trabalhador só receberá nesse caso 60% do valor da aposentadoria. Essa proposta exclui a maioria dos trabalhadores”, destacou.

O deputado Pepe Vargas disse que o ataque aos direitos previdenciários dos trabalhadores atende aos interesses do mercado financeiro. Segundo ele, essa é a intenção do governo Temer, ao enquadrar as despesas da Previdência na Emenda Constitucional 95, que congela os gastos públicos por 20 anos. “Congela os gastos públicos, inclusive da Previdência, mas as despesas financeiras, com juros e serviços da dívida, que atende ao mercado financeiro e os rentistas, pode aumentar à vontade”, revelou.

Além de atender os interesses do mercado financeiro, Pepe Vargas salientou ainda que a Reforma da Previdência atende os interesses das empresas de Previdência Privada.

“O governo Temer empurra as pessoas que têm uma renda um pouco melhor na previdência pública para a previdência privada complementar, ligada ao sistema financeiro, principalmente aos bancos. Não foi por outro motivo que o Secretário da Previdência do governo, Marcelo Caetano, passou meses se reunindo com representantes do sistema financeiro e apenas na véspera da apresentação da Reforma da Previdência se reuniu com representantes sindicais”, lembrou.

 

Héber Carvalho

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