Petista não acredita em avanço imediato da Reforma da Previdência, mas alerta para mobilização  

Um dia após o arquivamento da denúncia contra Michel Temer por corrupção passiva, integrantes do governo já defendem a retomada da tramitação da Reforma da Previdência (PEC 287/16). O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (3), que “a próxima batalha é a da Previdência”. Para o deputado Assis Carvalho (PT-PI), integrante da Comissão Especial que analisou o tema na Câmara, apesar do enfraquecimento político do governo, é preciso que a sociedade retome a luta para impedir o avanço da reforma.

“Da nossa parte, da oposição, temos que partir para a luta e para o enfrentamento, mesmo sabendo que na atual conjuntura política é difícil o governo Temer obter os 308 votos necessários para aprovar essa reforma. Sabemos que mesmo entre aqueles que salvaram Temer, muitos não teriam coragem de colocar suas digitais nisso”, ressaltou.

Apesar de reconhecer que há dificuldade política para aprovar a reforma, o petista alerta que esse sempre foi um dos “sonhos de consumo” daqueles que tomaram o poder através do golpe parlamentar contra a presidenta eleita Dilma Rousseff.

“Esse governo tem compromisso com o Estado mínimo e deseja governar apenas para uma pequena parte da população, deixando a maioria sem amparo. Essa é a concepção de Estado tanto do governo quanto dos deputados golpistas que salvaram Temer da denúncia da PGR. Querem aprovar a reforma para pagar o apoio que obtiveram de setores empresariais e que possibilitou que chegassem ao poder de forma ilegítima”, explicou.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro Eliseu Padilha disse ainda que os 263 votos que arquivaram a denúncia da PGR contra Temer revelam a “força” do governo “emplacar a reforma”. Mesmo ignorando que a base aliada antes da delação JBS era contabilizada pelo próprio governo em mais de 400 parlamentares, o ministro da Casa Civil declarou que espera ver a reforma votada no Senado na primeira quinzena de outubro.

Tramitação – O parecer sobre a PEC da Reforma da Previdência, de autoria do deputado Arthur Maia (PPS-BA), foi aprovado na Comissão Especial que analisou o tema na Câmara e está pronto para ser votado em plenário. Por causa dos inúmeros retrocessos contidos na proposta, que reduz os direitos previdenciários dos trabalhadores brasileiros, a Bancada do PT na Câmara se opõe à reforma.

Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara

 

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