O deputado Padre João (PT-MG) acredita que a pressão imposta ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contrária ao aprofundamento das análises que conduzem à ampliação dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto da Operação Lava Jato, está causando uma “saia justa” que impõe “alguma dificuldade” na condução de novas denúncias no judiciário.
O deputado considerou correta e adequada a decisão de Janot em apresentar uma nova leva de denunciados ao Judiciário, com base em informações colhidas a partir de março, inclusive no exterior e em depoimentos recentes. Desde início do ano, Padre João e os deputados federal Adelmo Leão (PT-MG) e estadual Rogério Correa (PT-MG), esperam uma decisão de Janot sobre abertura de ação contra o tucano Aécio Neves.
O principal argumento deles ao solicitar abertura de processo contra o tucano, em audiência realizada no gabinete da PGR, é o conteúdo da delação premiada do doleiro Alberto Yousseff. O delator da Operação Lava Jato relatou que o deputado José Janene (PP-SP) confirmou a existência de um esquema de propinas comandado por Aécio na estatal Furnas, do sistema Eletrobrás.
Ao lado do senador José Serra, do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e candidatos de outros partidos coligados ao PSDB, como PP e PFL, Aécio teria recebido quase R$ 40 milhões nas eleições de 2002, arrecadados entre dezenas de empreiteiras, inclusive as citadas na operação Lava Jato.
“Espero que Aécio seja incluído”, disse Correa, ao tomar conhecimento nesta terça-feira (30), da intenção de Janot em apresentar novos denunciados. Correa considera a participação de Aécio no esquema de corrupção desnudado pela Lista de Furnas suficiente para a abertura do processo, mas teme que fora do contexto da Lava Jato. “Ele (Janot) talvez tenha de abrir um novo processo para o caso”, avalia Correa.
Agência PT Notícias
Foto: Salu Parente