O Conselho de Ética da Câmara deve apreciar na próxima semana o parecer que admite o processo de investigação contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro. Preocupado com as sucessivas interferências do presidente da Casa, no colegiado, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) ocupou a tribuna da Câmara para conclamar o povo brasileiro a se mobilizar contra a tentativa de golpe desencadeada por Eduardo Cunha e a oposição liderada pelo PSDB, DEM e PPS.
“Conclamo a todos que me encorajam a lutar contra este que, certamente, é o maior inimigo do Brasil, a ocuparem as ruas e praças, espaços públicos e virtuais, para juntos, cada mulher, cada homem, jovens, brancos, negros, índios e quilombolas, possamos salvar o Brasil da sanha golpista de cínicos oportunistas”, disse Zé Geraldo.
Para ele, a complexa conjuntara política que o País vive com um papel decisivo da oposição que, segundo ele, não aceita o resultado eleitoral e coloca em prática um golpe que além de ferir a democracia, atrapalha a condução do governo nas questões política e econômica.
“O presidente Eduardo Cunha usa essa ferramenta golpista exatamente para atrapalhar o governo da presidenta Dilma e coloca-se à disposição daqueles que querem tirá-la do poder, do governo. São visíveis as manobras que o Cunha vem fazendo”, denunciou.
Zé Geraldo acredita que para barrar a “sanha golpista” da oposição seria necessário que toda a população brasileira alinhada com o Estado Democrático de Direito se mobilize. “Precisamos trazer o povo para cá, porque, se dependermos dos bastidores, dos interesses pessoais, dos interesses partidários e daqueles que só quer o poder pelo poder, a democracia corre sério risco sim”, afirmou o deputado.
Na avaliação do petista, outra forma de dar um basta nas ingerências do presidente Eduardo Cunha nas instâncias da Câmara seria o Poder Judiciário afastá-lo do comando da Casa para que os trabalhos transcorram livremente.
“Quero pedir ao Ministério Público Federal e ao Supremo Tribunal Federal que interfiram e comecem a pensar no afastamento do presidente Eduardo Cunha, senão ele ficará, no mínimo, até o mês de abril. O processo do Conselho de Ética dificilmente chegará ao plenário da Câmara para ser votado antes desse período”, alertou Zé Geraldo.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra