O deputado Bohn Gass (PT-RS) usou a tribuna da Câmara nesta semana para cobrar coerência do senador e candidato derrotado à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB-MG) em relação às declarações do ex-gerente de Tecnologia de Instalações da Petrobras, Pedro José Barusco Filho. Este é réu confesso e um dos investigados da Operação Lava Jato da Polícia Federal.
De acordo com Bohn Gass, no último fim de semana Aécio Neves foi taxativo em afirmar: “Eu, como presidente do PSDB, acredito que ele (Barusco) fala a verdade, até porque, numa delação, tem que falar a verdade e comprovar”.
De acordo com Bohn Gass, se essa máxima do senador prevalece, a confissão de Barusco ao Ministério Público do Paraná de que começou a receber propina em seu favor “em 1997 ou 1998 da empresa holandesa SBM, enquanto ocupava o cargo de gerente de tecnologia da Diretoria de Exploração e Produção da Petrobras” não deve ser ignorada por se tratar do período em que o Brasil era governado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Para Bohn Gass, a afirmação do senador Aécio e presidente do PSDB “é uma espécie de confissão de que havia, sim, corrupção na Petrobras no período em que o partido do senador governava o Brasil”. O petista lembrou que o delator não acusou apenas o PT. “Pedro Barusco, o homem, que segundo Aécio, está falando a verdade, disse em sua delação premiada, que na década de 90 existia o suposto esquema de corrupção na Petrobras”, reafirmou Bohn Gass.
O deputado do PT disse ainda que o homem que tem merecido confiança de Aécio, afirmou também que os pagamentos se tornaram “sistemáticos” no ano 2000, ainda no governo FHC.
Para Bohn Gass, quando o ex-presidente Fernando Henrique afirma que a corrupção só teria se tornado “sistemática” nos governos do PT, faz com que a fala do Aécio ganhe mais relevância. “Ao dar crédito à delação premiada de Barusco, o senador tucano não acaba só com a tese da escamoteação que o PSDB vinha adotando até agora, como também destrói a tentativa de defesa de Fernando Henrique”.
O parlamentar petista frisou que “isolada ou sistemática, corrupção é corrupção. E, como tal, deve ser combatida. Como vem sendo feito com Dilma e como foi feito no governo Lula”.
Benildes Rodrigues