A comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (26) uma audiência pública para discutir os impactos do uso de agrotóxicos na saúde humana. O debate foi proposto pelo deputado Padre João (PT-MG). De acordo com o parlamentar, pesquisas já realizadas deixaram claro que o uso dos agrotóxicos causa doenças e que alguns desses produtos não têm autorização de uso em alguns países e, mesmo assim, são vendidos no Brasil.
Para o deputado, é necessário que a população reaja, e que haja consciência por parte dos consumidores para que exijam uma nova forma de produção de alimentos no país. “Essa é a solução para o fim do uso dos agrotóxicos”, disse.
Padre João citou que a Universidade Federal de Viçosa tem 14 turmas, em parceria com seu mandato, dedicadas a um curso de um ano de fitoterapia e homeopatia que vai empoderar os agricultores para a produção. “A tese que eu tenho é que não existe praga se existe o ser vivo, e o homem vem desencadeando o desequilíbrio, seja de um fungo, inseto ou uma larva. As universidades, mesmo sem recursos, veem fazendo esse trabalho de denúncia porque muitas vezes nós somos desqualificados. É importante ter esse amparo das pesquisas universitárias de extensão, é fundamental para o combate a este mal”.
Já o deputado Bohn Gass (PT-RS) lembrou a importância da instalação de uma comissão especial para debater o projeto de lei de iniciativa popular que cria uma política nacional de redução de agrotóxicos.
Para o deputado João Daniel (PT-SE) o futuro da humanidade depende da criação de alternativas que combatam o uso diário de agrotóxicos. Ele rechaçou “as alternativas capitalistas defendidas pelas grandes corporações, que usam no meio ambiente os agrotóxicos para enriquecer e não medem os impactos que podem causar na saúde dos agricultores e consumidores”, afirmou.
Na audiência, a representante da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos, Carla Bueno, avaliou que os agricultores são os principais ameaçados com a contaminação direta por agrotóxico. Carla explicou que é possível produzir alimentos livres dessas substâncias. Um exemplo, citou, é o Movimento Sem Terra (MST), que é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. “O consumo de alimentos orgânicos, é uma alternativa para se proteger dos agrotóxicos”, recomendou.
Layla Andrade, estagiária