A defesa do ex-presidente Lula apresentou ao juiz Sérgio Moro e à Comissão Internacional de Direitos Humanos da ONU um estudo científico sobre a cobertura da imprensa brasileira, que comprova tecnicamente — e com números impressionantes — o massacre midiático contra o ex-presidente.
O estudo foi preparado pelo cientista político, sociólogo e mestre em Filosofia João Feres Júnior, vice-diretor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP) – que produz o Manchetômetro, indicador das tendências políticas da mídia brasileira.
Os dados referentes ao Jornal Nacional da Rede Globo mostram que, entre o final de dezembro de 2015 e agosto de 2016, foram ao ar praticamente 13 horas de notícias negativas sobre o ex-presidente, apenas 4 horas de noticiário considerado neutro e nem 1 segundo de notícias com viés positivo.
A parcialidade do JN em relação a Lula fica evidente pelo fato de que metade de suas reportagens não contemplou o contraditório do ex-presidente, de sua assessoria ou de seus advogados.
Uma parte dos dados referentes ao Jornal Nacional foi apresentada na quarta-feira (16) pela advogada Valeska Zanin Martins, numa entrevista à imprensa internacional em Genebra, sede da Comissão de Direitos Humanos da ONU, onde a defesa de Lula denuncia os abusos cometidos contra ele no Brasil.
Em discurso na tribuna da Câmara, na quarta-feira (16), o deputado Ságuas Moraes (PT-MT) chamou a atenção da sociedade brasileira para esse fato. “Num período de aproximadamente seis meses, o presidente Lula teve 13 horas – nos noticiários da Rede Globo – com ataque frontal, e nenhum minuto sequer em defesa do seu legado ou falando bem dele. Portanto, está clara essa perseguição”, endossou Ságuas.
“Perseguir o Lula significa, também, um ataque à democracia”, afirmou o petista, que ainda sugeriu que o manifesto “Por um Brasil Justo para Todos e para Lula”, lançado na última quinta-feira (10), em São Paulo, percorra todo o país. “Obviamente, teremos adesão de outros partidos de esquerda, para garantir a democracia, para garantir que o nosso presidente Lula, o legado do Partido dos Trabalhadores, o legado dos Governos Lula e da presidenta Dilma sejam preservados e respeitados”, defendeu o petista.
Fonte: www.lula.com.br
Foto: Ricardo Stuckert